A situação na base governista parecia apaziguada. Zé Eliton governador, Marconi Perillo e Lúcia Vânia (PSB) senadores. Faltava, para completar a chapa desenhada pelo pragmatismo das negociações em andamento, o vice, que caminhava para ser alguém do PSD ou do PP. Heuler Cruvinel ou Alexandre Baldy, por exemplo.

(E o suplente de Marconi, vaga disputada com intensidade de mandato garantido. Mas esta é uma reserva técnica do próprio senador.)

Aí vem o fato novo, de hoje: o ex-senador Demóstenes Torres (PTB) está livre para ser candidato este ano, com liminar concedida pelo ministro Dias Toffoli. Cassado por quebra de decoro, o petebista estava inelegível até 2027.

Demóstenes sonha inclusive retomar o mandato no Senado, o que embolaria ainda mais o jogo. No seu lugar, assumiu Wilder Morais, que corre para achar um partido e um lugar também como candidato a senador, desde que Baldy chegou ao PP com ar de novo dono da legenda.

Ainda sem garantia de mandato, Demóstenes dizia que só se interessa pelo Senado, para retomar o fio de sua história. E o PTB, abalado por denúncias nacionais que afeta seu presidente, Jovair Arantes, tem dito duas coisas, por meio de líderes como o deputado estadual Henrique Arantes e o prefeito de Anápolis, Roberto Naves: que apoia Demóstenes; que topa indicar o vice, e aí pode ser onde lhe derem espaço, na situação e na oposição.

Demóstenes é, mais que aliado, amigo de Zé Eliton. Pelas últimas declarações de Caiado e do próprio vice, foi ele talvez o principal responsável por Eliton ter ido parar na chapa de Marconi oito anos atrás.

E agora, Eliton vai bancá-lo ao seu lado, em detrimento de Lúcia Vânia? Vai abrir a guarda para o PTB conversar com o MDB de vez?

Uma saída é a base ter quatro candidatos ao Senado. O PTB ficaria à parte, situação admitida por Demóstenes antes. E que agrada, segundo governistas, a Marconi Perillo, que calcula ter mais mais chances de vitória, e de vitória bom boa margem, com mais nomes no jogo, e não menos.

Enfim, Demóstenes já comemorou a chance de ser candidato, e candidato a senador. Está em movimento. Resta saber o que o PTB vai fazer agora, com esse problema – ou oportunidade.

O PTB volta ao jogo em Goiás, depois de uns dias adormecido. O dono da bola é Jovair Arantes.

Vale prestar atenção em Eliton e Lúcia Vânia.

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