Nesta segunda-feira (18), o prefeito de Catalão, Adib Elias, participou do programa Manhã Sagres para falar sobre a reunião com o governador Ronaldo Caiado. Além do comportamento do município em meio à pandemia do coronavírus, o político também relatou a situação difícil que vive o principal clube de futebol da cidade, o Crac.
Adib, sempre muito envolvido no clube, destacou que “em 2012, larguei o Crac com 300 mil reais em caixa, dois automóveis em uma agência e sem dever absolutamente nada, nem mesmo ao INSS. Quando assumimos agora, a dívida beira a 14 milhões de reais. Não existe mecanismo que a prefeitura possa ajudar, tentamos de toda forma, mas agora piorou. É votado um dinheiro para ajuda do Crac nos campeonatos e agora a Justiça do Trabalho desconta tudo”.
Segundo o político, “tudo o que a prefeitura paga tem que ser descontado. O juiz pelejou durante muitos anos para resolverem, mas todos os processos correram à revelia. Jogador que tinha 10 mil para receber pedia 100 mil e, como não tinha advogado lá, foi dando. Um ano atrás, tentamos vender uma área do Crac por 5 ou 6 milhões para ver se chamasse todo mundo para acertar, mas não conseguimos isso por causa da documentação. Não tem mais sócio, morreu praticamente todo mundo e a situação é dramática”.
Retorno do futebol
Em meio à rumores sobre os campeonatos estaduais serem cancelados, algo descartado por André Luiz Pitta, presidente da Federação Goiana de Futebol (FGF), a posição em Catalão é de que o “Campeonato Goiano acabou. Já dispensamos todo mundo. Não sei o quê que o André Pitta está pensando em conversar ainda, não tem mais jeito. Ele vai descer o Crac para a segunda divisão se o Crac não disputar o ‘restinho’ do campeonato? Não vai descer. Nenhum time tem condições, ninguém tem dinheiro para isso”.
Diante de tantos problemas jurídicos, uma volta às atividades para a Série D do Campeonato Brasileiro foi praticamente descartada. “Um time como o Crac, que é um time pequeno, não gasta menos de 5 mil reais por dia. Eles deram 120 mil reais, mas não não dá para nada, não tem nem condições. Como que você vai disputar um campeonato que não tem ajuda nenhuma? Como que vou disputar um campeonato com o dinheiro público da prefeitura de Catalão se o público não pode ir lá assistir?”, frisou.
De acordo com Adib Elias, “o Crac só não foi para leilão, agradeça, nesse caso, a pandemia, porque está todo mundo parado. É uma situação triste e o povo aqui gosta muito, mas infelizmente a prefeitura não tem como nesse momento resolver”. O prefeito completou ainda que “coloquei o decreto de uso só para esporte e tombei o estádio. O grande ‘tchan’ do futebol aqui na nossa cidade é o Genervino da Fonseca”. Quando os jogos voltarem será sem público, mas “futebol sem torcida não é a mesma coisa nunca”.
Sobre uma desistência das competições nacionais, “vejo completamente inviável futebol esse ano no Brasil inteiro”, enquanto o Crac não tem condições de “disputar com os 120 mil reais dados pela federação. É muito difícil isso e o Crac, se o campeonato acabar agora, e já acabou, na minha opinião, está classificado para a Série D do ano que vem. Agora, esse ano, infelizmente não vamos pegar os 120 mil, porque tudo evidencia que não tem condição de disputar o campeonato da Série D”.