Julho de 2024 marcou um recorde alarmante de queimadas na Amazônia, com 11.145 focos de incêndio registrados. Este é o maior número em duas décadas, de acordo com o Sistema Deter do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O aumento é significativo em comparação ao ano passado.
Em julho de 2023, foram registrados 5.772 focos, o que representa um crescimento de 93% em 2024. Este número também é 111% maior do que a média dos últimos 10 anos para o mês de julho, que era de 5.272 focos. Os estados do Amazonas e Pará foram os mais afetados.
O Amazonas registrou 4.072 focos (37% do total), enquanto o Pará contabilizou 3.265 focos (29%). Ambos os estados também lideraram em alertas de desmatamento: 182 mil km² (42%) e 115 mil km² (27%), respectivamente.
Comparação histórica
Entre janeiro e julho de 2024, a Amazônia acumulou 24.462 focos de queimadas, sendo julho responsável por 44,8% desse total. Este é o maior número de focos para o período desde 2005 e o quarto maior na série histórica do Deter, que começou em 1998.
“Os povos indígenas e seus territórios têm um papel crucial na conservação dos biomas brasileiros, barrando o avanço do desmatamento e das queimadas. Na próxima segunda-feira (5), o STF (Supremo Tribunal Federal) realiza a primeira audiência de conciliação no caso do julgamento do Marco Temporal. A derrubada de tal normativa é urgente, pois sua vigência resultaria no aumento da destruição da nossa biodiversidade e ameaça a sobrevivência de povos e culturas em todo o país”, afirma a especialista de Políticas Públicas do WWF-Brasil, Juliana Miranda.
O Pantanal também sofreu com os incêndios, registrando 1.158 focos em julho de 2024, um aumento de 820% em relação ao mesmo mês de 2023. Entre janeiro e julho de 2024, o bioma acumulou 4.756 focos, superando os 4.218 focos de 2020.
“As queimadas no Pantanal não afetam apenas a biodiversidade e a população local, mas o país e o mundo perdem a maior área úmida do planeta. É preciso ações efetivas, pois já estamos com áreas maiores que as queimadas registradas em 2020, e com o fogo fora da região da Serra do Amolar (Corumbá), onde estava concentrado até agora. Infelizmente, estamos diante de um cenário crítico e vivenciando o maior período de seca dos últimos anos”, declara Cyntia Santos , analista de conservação do WWF-Brasil.
Cerrado
O Cerrado registrou 7.463 focos de queimadas em julho de 2024, um aumento de 15% em comparação a julho de 2023. Este é o maior número desde 2016. Entre janeiro e julho de 2024, foram contabilizados 20.692 focos no bioma, um aumento de 23% em relação ao mesmo período de 2023.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 13 – Ação Global Contra a Mudança Climática
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