Além de reforçar seu elenco para a sequência da temporada, a diretoria do Atlético Goianiense vai ao mercado agora também em busca de um novo treinador. Após cobranças públicas do presidente Adson Batista às substituições feitas no empate por 0 a 0 com o Palestino pela Copa Sul-Americana, o treinador pediu demissão e deixou o comando do Dragão no último sábado (15).

No comando da equipe rubro-negra, Jorginho teve 71% de aproveitamento em 13 jogos com oito vitórias, quatro empates e uma derrota. Além disso, pesou contra o técnico, a eliminação no Campeonato Goiano na fase semifinal. Confira as opiniões de Evandro Gomes, Cléber Ferreira e José Carlos Lopes sobre a saída do treinador.

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Evandro Gomes

O Atlético-GO é um clube que todo treinador gostaria de trabalhar. Pela sua estrutura, por pagar em dia e por várias outras coisas. No entanto, vai chegar um momento em que a associação de treinadores do Brasil vai dar um basta na relação ao que acontece no clube com os treinadores.

Você pega um cara como o Jorginho, com a experiência, a vivência e a importância que ele tem para o futebol brasileiro. São 13 jogos e ele ganha oito, perde só um e caí. É preciso saber o que o Atlético-GO quer. Se o Adson quer um técnico para obedecer as determinações dele e o que pensa os dirigentes, ou quer um treinador para trabalhar o time.

Não é a primeira vez que acontece. Foi com o Jorginho e com o Cristóvão Borges que tinha uma campanha muito boa. Aconteceu com vários outros. Um time que tem um treinador com mais de 70% de aproveitamento, perde um jogo e caí porque os dirigentes acham que não está certo. Então que eles dirijam o time. Não acho certo.

Cleber Ferreira

A contratação de Jorginho pelo Atlético-GO foi definida como uma aposta. Um ex-jogador que foi um dos maiores laterais do futebol brasileiro, que ganhou uma Copa do Mundo e jogou no exterior com grandes treinadores. A carreira de treinador não deu certo por clube algum por onde passou, mas o Atlético pensou que dando uma estrutura boa de trabalho e um bom elenco, ele pudesse ser resgatado pelo seu histórico de atleta. Não deu certo.

O Atlético-GO perdeu um tricampeonato que todos nós críticos esportivos achávamos que era impossível ter perdido. Com falhas no comando técnico que já destacamos várias vezes. O Atlético-GO empatou um jogo em casa contra o lanterna do seu grupo na Sul-Americana com falhas que já falamos aqui. Isso tudo acabou fazendo com que o presidente Adson Batista criticasse o Jorginho e ele não gostou. Com certeza ele também não estava gostando, já que os resultados não estavam vindo, viu que a tarefa estava difícil e pediu para sair.

Ficar peneirando motivos para saída… saiu porque não deu certo. No futebol é assim: o que não dá certo, acaba rapidamente. O contrato do Jorginho com o Atlético acabou rapidamente e foi bom para os dois lados. Jorginho fica livre das cobranças e o Atlético porque pode contratar um outro treinador que tenha mais o seu perfil.

José Carlos Lopes

O trabalho do Jorginho merecia críticas sim, mas críticas internas. Não como fez o presidente Adson Batista – publicamente na imprensa, expondo o trabalho do treinador. Ele, com personalidade, não aguentou e pediu para sair.

Acho que o Jorginho não tinha como pedir o presidente para não dar entrevistas após o jogo, mas poderia sim pedir para que as críticas fossem feitas internamente. Isso ele tinha razão. Agora a desclassificação do Campeonato Goiano pesou muito. O time do Atlético-GO é o melhor da competição e não vai ganhar o tricampeonato.

O Adson utiliza muito essa entrevista pós jogo para duas coisas: fazer elogios ou bater nos seus subordinados. É isso que ele fez mais uma vez, forçando a saída de Jorginho.

Confira na íntegra a opinião dos comentaristas da Sagres: