A Comissão de Defesa da Cidadania de Goiás apresentou o relatório final de atividades à Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP-GO).

A Presidente da Comissão e Superintendente de Recursos Humanos da Secretaria Adriana Accorsi propôs ao Secretário João Furtado a criação de um comitê permanente para investigar casos de desaparecimento.

A Comissão foi criada logo depois de deflagrada a Operação Sexto Mandamento da Polícia Federal que investigou 19 Policiais Militares acusados de participação em um grupo de extermínio.

37 casos de pessoas que desapareceram na última década depois de abordagens policiais foram abordados pela Comissão de Defesa da Cidadania.

Adriana Accorsi destaca o que o relatório final da Comissão informa, e a importância do trabalho que foi feito.

“É um acompanhamento de todos os casos de desparecimentos em Goiás na última década. Contém relatórios específicos de cada caso individualizado, atendimento social que foi feito, e principalmente uma série de propostas que visam a melhorar a questão dos direitos humanos no Estado de Goiás”, aponta.

Dos 37 casos analisados, 24 pessoas desaparecidas tinham passagens pela polícia e 13 não. A Presidente Adriana Accorsi ainda afirma que a Comissão fez uma investigação inédita, já que não havia um padrão da Polícia Civil para apuração deste tipo de caso, e que alguns deles nunca haviam sido investigados.

“Cada um era investigado de uma forma. Existem casos que só foram investigados pela Corregedoria da Polícia Militar, outros somente pela Polícia Civil, e outros nunca foram investigados por ninguém”, declara.

O Secretário Estadual de Segurança Pública, João Furtado, ao receber o relatório final firmou o compromisso de criar um comitê permanente no combate à tortura e à violência em Goiás.

“Eu vou levar imediatamente ao Governador a proposta de decreto que transforma essa Comissão num comitê de combate à tortura. Este compromisso estou firmando agora, independente do conteúdo deste relatório”, garante.