“O exemplo arrasta”. Esse ditado amplamente utilizado pode ser aplicado nas relações entre pais e filhos? O exemplo de dentro de casa, tem influência na construção da personalidade de uma criança ou adolescente? Tais questionamentos “martelam” os pensamentos dos responsáveis pelo crescimento, boa criação e saúde mental dos seus filhos.

Conduzir as relações interpessoais de uma forma clara, compreensiva e amena, são pontos importantes para a consolidação da personalidade de uma criança e um adolescente. O bem-estar promovido pelo crescimento mental/saudável das crianças são um dos indicadores que formam o conjunto do ODS 3: Saúde e Bem-Estar.

“Até 2030, reduzir em um terço a mortalidade prematura por doenças não transmissíveis via prevenção e tratamento, e promover a saúde mental e o bem-estar”, é o que diz a ONU – Organização das Nações Unidas. Seja por políticas públicas ou nas relações familiares, no caso específico do comportamento dos país, a personalidade de uma criança ou adolescente é moldada, assim define a psicóloga Thalita Martins, que trabalha nas unidades do SESC, em Goiânia.

“O comportamento dos pais, é o que mais interfere na formação da personalidade do indivíduo, porque os pais, a família, são o primeiro acesso. Claro que temos outros fatores, como o meio em que a criança e o adolescente estão inseridos, as condições genéticas também influenciam muito, mas os exemplos, os cuidados do dia a dia, são primordiais. Tudo isso está ligado na forma como a criança vai crescer”, explica a psicóloga.

Psicóloga Thialita Martins, do SESC Goiânia Foto: álbum pessoal

Condição social

Diante de tantos fatores que educam e formam a personalidade de uma criança, algumas de destacam. A condição social de cada família também interfere.

“Nós somos um produto do meio onde vivemos. Se você pega uma criança que desde de pequena, que passa por condições de vulnerabilidade, sem o básico, claro que a gente entende que isso vai impactar na personalidade dela. Hoje, inclusive, muitos pais tentam dar para os filhos o que não tiveram na infância, são compensatórios em vários sentidos, e até neste ponto devemos ter cuidado com a superproteção, porque isso também impacta no desenvolvimento e formação da personalidade de uma criança ou adolescente. O pai superprotetor tira o poder de decisão do filho”, completa Thalita.

Exemplo

A professora Carolina Castro é um exemplo de quem procura pelo equilíbrio na hora de educar. Mãe de João Lucas, 8 anos, e Maria Luísa, 2 anos, tem como os exemplos em casa, o ponto de partida para a formação da personalidade dos filhos.

“Exemplos que consideramos importante transmitir aos nossos filhos são valores como empatia, honestidade e colaboração com o outro”, salienta Carolina, que também se preocupa com alguns aspectos que não são trabalhados com as crianças fora de casa, nas escolas.

Carolina Castro, com os filhos João Lucas e Maria Luísa Foto: álbum de família

“A grande preocupação em relação à educação dos meus filhos refere-se a transmitir valores humanos diante de uma sociedade excludente, discriminatória e preconceituosa. A escola, hoje, se preocupa com a execução do currículo formal e desconsidera aspectos importantes de ser trabalhado com as crianças e adolescentes, como o respeito à diversidade”.

Boa conversa

No fim das contas, uma boa conversa permeada por compreensão pode ser uma saída para ajudar nas relações interpessoais. Os pais que também “ouvem” os filhos têm papel importante na construção da personalidade de cada um deles.

“Os combinados familiares devem existir e comunicação deve ser muito aberta com os filhos, porque eles vão precisar de apoio e compreensão. A gente entende que seja muito mais construtivo para filhos, que esse apoio venha do contexto familiar. Por mais que os pais já saibam o que devem fazer, também é importante ouvir a criança e o adolescente, pois assim conseguem pensar e construir algo em torno de si mesmo”, finaliza a psicóloga Thalita Martins.

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