Você já ouviu falar sobre a comunicação não violenta? Sabia que esta é uma técnica com base em competências de linguagem e comunicação que auxiliam na reformulação da forma como cada um se expressa e ouve os demais?

Quando tive contato com este assunto pela primeira vez, através de Fabio Santos um amigo e parceiro do Instituto Soldados da Paz, fiquei encantado com as mudanças que este tipo de comunicação pode ter nos indivíduos e na sociedade em geral, e o quanto de discussões e mal-entendidos a técnica pode minimizar ou até evitar. Cheguei a fazer um curso no Núcleo CNV_Goiânia com o próprio Fábio e a Maria Aparecida de Oliveira. Cida, como gosta de ser chamada, é psicóloga, mestre em desenvolvimento humano e, entre outros atributos, oferece treinamentos de comunicação não-violenta.

Durante a entrevista desta semana, convidei Cida para uma boa conversa, onde explicou que a comunicação não-violenta entrou em sua vida quando trabalhava com jovens que sofriam de timidez e ansiedade. O termo vem do psicólogo estadunidense Marshall B. Rosenberg, incomodado desde a infância com a agressividade e violência nas relações interpessoais. A partir de seus estudos, encontrou como base a ideologia da não violência, cujo protagonista mais conhecido por nós é Mahatma Ghandi, advogado que liderou a resistência não violenta para a independência da Índia frente à Inglaterra.

Mas não foi só Ghandi que o inspirou. Nosso patrono da educação, Paulo Freire, também está presente entre os pensadores que inspiram a comunicação não violenta.

A consciência que temos de nossos pensamentos e sentimentos, explica Cida, é um pilar para a boa comunicação. Sem isso, haverá ruído entre o que se sente, o que se fala e o que se entende.

Cida diz também que somos educados para escutar o outro de forma avaliativa, usando apenas os conceitos de certo e errado. O julgamento e a punição ao que está “errado” são a fonte para a comunicação violenta. Isso também ocorre conosco quando nos punimos ou autodepreciamos, o que Marshall chama de violência invisível, e serve de base para a violência em geral.

A comunicação não-violenta pode ser aplicada em todos os campos, com qualquer pessoa e consigo mesmo. Pode usar sem restrições.

Comunicar é também ouvir, e ouvir é parte de algo maior, que é a empatia. Cida é categórica ao classificar a empatia como a presença e escuta daquilo que está por trás do que se vê. O resultado disso é uma fala mais autêntica, clara e colaborativa. Para se chegar a esse ponto, é preciso entender o que se sente quando é alvo de uma fala, o que o outro sente ao se pronunciar e se colocar no lugar do outro e tentar entender suas motivações.

Gostou? Se quiser saber mais, basta ir ao Instagram, na página @nucleo_cnvgoiania e acompanhar os conteúdos relacionados ao assunto. Isso vale para todos, gente nervosa ou tranquila, que deseja promover uma vida melhor.

Programa completo

Temas abordados

– De onde surgiu a comunicação não-violenta? https://youtu.be/0dEnsPKFuhE

– Violência invisível: fruto de uma relação autodepreciativa. https://youtu.be/Kx-x90huKcg

– Em que situações se pode aplicar a comunicação não-violenta? https://youtu.be/J_sSsCz83JA

– Empatia é presença e escuta daquilo que está por trás do que se vê. https://youtu.be/9wfHYE6VKEU

– Núcleo de Comunicação Não-Violenta de Goiânia está de portas abertas. https://youtu.be/YCdAJMjDc9Y