Vamos falar sobre o cinema brasileiro? As produções realizadas aqui no país possuem uma diversa trajetória, mas a falta de valorização do papel feminino nesta construção chama a atenção. As mulheres ocupam diversas posições na sétima arte são atrizes, produtoras, roteiristas, fotógrafas e diretoras. O problema é que grande parte dessa história parece se perder quando citamos apenas homens como referência de bons profissionais.

É crucial dar voz, valorizar e respeitar e resgatar a história do cinema feita por mulheres, isso é importante para a criação de um mercado cinematográfico mais representativo e plural.

E falar do cinema brasileiro é praticamente impossível sem citar alguns destaques, então vamos conhecer 6 mulheres que colaboraram para crescimento da indústria audiovisual brasileira.

Carmen Santos

Foto: Divulgação do filme Escravo de uma Paixão (1915)

Para começar, você precisa conhecer uma das mais importantes mulheres no cinema brasileiro nos anos 20 e 30. Maria do Carmo Santos Gonçalves, ou simplesmente Carmen Santos foi uma cineasta, produtora de cinema, roteirista e atriz brasileira.

Carmen teve sua estreia como atriz em 1919, e assim começa a trajetória onde ela desenvolveria, nos anos seguintes, inúmeras funções, como produtora roteirista e diretora.

Um destaque na carreira de Carmen foi a fundação da Brasil Vox Film em 1933. A companhia cinematográfica foi rebatizada em 1935 como Brasil Vita Filme e foi responsável por clássicos do cinema brasileiro, como Argila de 1942, do cineasta Humberto Mauro.

Cleo de Verberena

Foto: Divulgação do longa O mistério do dominó preto, 1930. Direção de Cléo Verberena

A história do cinema nacional está cheia de visionárias, entre elas está a Cleo de Verberena, nome artístico de Jacyra Martins da Silveira. Ela é considerada por alguns autores como a primeira mulher a dirigir um longa-metragem no Brasil, que foi o filme ‘O Mystério do Dominó Preto’ em 1930.

Na adolescência Cleo sai do interior paulista, em Amparo cidade que nasceu, para morar na capital. Ela era apaixonada por cinema com grande interesse pela atuação e pelo campo da técnica. Anos depois, para realizar seu sonho, a então atriz e o marido montam a Épica Film, companhia onde ela conseguiu dirigir e protagonizar o longa ‘O Mystério do Dominó Preto’.

Adélia Sampaio

Adélia Sampaio – A 1ª diretora negra do Brasil, é homenageada no 5º Prêmio Abra. Foto: Reprodução – Mídia NINJA

Adélia Sampaio marcou a história do cinema brasileiro sendo a foi a primeira mulher negra a dirigir um longa-metragem no país. O filme em questão é ‘Amor maldito’, de 1984. Até os dias atuais sabemos das complicações de fazer cinema no Brasil, imagina no século XX, sendo uma mulher negra, esse desafio é muito maior.

Viviane Ferreira

Foto: Divulgação Marcus Leoni/Itaú Cultural

Depois do longa lançado em 1984, apenas em 2019 outra diretora negra estreou nas telonas comandando um filme de ficção. Viviane Ferreira é diretora, roteirista, produtora e cineasta brasileira. Ela foi eleita Presidente do Comitê Brasileiro de Seleção do Oscar 2021 e lançou o filme ‘Um dia com Jerusa’.

Cici Pinheiro

Foto: ABC Digital-GO

Falando de Goiás o cinema goiano também sofre interferências femininas, começando pelo cinema de ficção. Floracy Alves Pinheiro, mais conhecida como Cici Pinheiro foi extremamente importante para a produção goiana.

A pioneira em Goiás fundou a primeira Companhia de Teatro Profissional de Goiás, “Cia. Cici teve diversas contribuições para a cultura goiana, entre elas está a direção da novela ‘Do outro Lado da Vida’ e a telenovela ‘A Família Brodie”.

Rosa Maria Berardo

Foto: PPGACV/FAV/UFG

Rosa Maria Berardo, é fotógrafa, professora, jornalista, roteirista, produtora e cineasta brasileira, com filmes de ficção e documentários exibidos em vários Festivais de cinema Internacionais e nacionais. Ela conhecida por seu trabalho de produção de imagens fotográficas e fílmicas sobre cultura, identidade cultural, alteridade, gêneros e etnias.

Ela foi idealizadora da primeira Escola de Cinema de Goiás, a SKOPOS, em 2001. Em 2011 criou a Maison du Cinema, que era um ateliê de ensino da teoria e prática do cinema, para a capacitação dos alunos na realização de curta-metragem de ficção e animação em Stop Motion.

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