Já pensou em dedicar uma grande parte da sua vida para registrar momentos dentro da floresta amazônica? Essa é a história do cineasta britânico Adrian Cowell, que deu origem ao maior acervo de filmes sobre a Amazônia brasileira.

A coleção de filmes é resultado de 50 anos de produções dirigidas pelo Cowell, com participação do cinegrafista brasileiro Vicente Rios, para a Televisão Central de Londres e para a rede de televisão inglesa BBC. As 16 toneladas de material chegaram ao Brasil no início de 2008 e estão no Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia (IGPA), da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO).

No acervo é possível encontrar diários de campo, fitas de áudio, filmes de câmera 16 mm, documentos, e fitas de vídeo. Em roteiros é possível ver anotações feitas a mão por Cowell, além de outras anotações que estão expostas em um mural.

Uma grande parte dessa produção é inédita e não foi editada. As produções contam histórias relativas aos primeiros contatos de Adrian com as tribos indígenas do Panará e Rondônia como as terras Uru Eu Wau Wau. Abordam também a implantação do Parque Indígena do Xingu, o projeto Polonoroeste, questões de mineração, a hidrelétrica de Tucuruí e pesquisas científicas feitas pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) sobre mudanças climáticas e registros da luta do ambientalista e seringueiro Chico Mendes, entre diversos outros temas.

Visita ao acerto

Alguns alunos da PUC tiveram a oportunidade de conhecer o acervo durante as programações do mês que celebra a cultura dos povos indígenas. Durante a visita os estudantes foram acompanhados pelo diretor do IGPA Frederico Mael, que contou a história do acervo e destacou as produções de Adrian e Vicente sobre a Amazônia.

O estudante Vinícius Pimentel não conhecia o acervo e ficou, e se surpreendeu com o tamanho da coleção. “O que me chamou a atenção foi a questão da preservação de todo o material. É muito legal ver todo o trabalho realizado há muitos anos. É surpreendente ver a conservação e o conteúdo do filme”, disse.

A estudante Maria Gabriela Pimenta gostou muito de conhecer mais sobre a cultura dos povos indígenas e se surpreendeu com a riqueza de detalhes dos filmes.

“Eu amei fazer esse tour. Foi muito interessante conhecer esse espaço, não sabia que existia e que estava tão conservado. É surpreendente saber que o maior acervo sobre a Amazônia do mundo está no nosso estado, na nossa universidade. O nosso povo é muito rico e ver essas imagens mostrando a cultura e saber que está tão próximo de nós é gratificante”, afirma.

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