No mês de março é celebrado o Dia Nacional do Circo. A data comemorativa tem o objetivo de homenagear a arte circense, uma cultura tradicional em nosso país, que se estabeleceu aqui por volta do século 19.

A data é uma homenagem ao palhaço Piolin, um dos palhaços mais famosos que já se apresentaram no Brasil e que teve grande reconhecimento na década de 1920.

As cores, formas e magia do circo sempre atraíram o olhar curioso das crianças. É o caso da pequena Samy Louise Vieira, de dez anos, que começou as aulas de arte circense com apenas 6 anos de idade.

“Eu gosto do circo porque a gente aprende muita coisa e ainda se diverte”, contou a estudante.

Keirrison Rykelme Lopes tem 12 anos de idade e participa das aulas no circo há cerca de cinco anos. “O que eu mais gosto de fazer aqui é malabarismo, mas também aprendo leitura e teatro”.

O Circo Laheto, localizado no Jardim Goiás, atualmente atende mais de 130 crianças e adolescentes do projeto social Arte, Circo e Cidadania. As aulas são voltadas para crianças a partir dos seis anos de idade. Em meio à pandemia, as palestras estão acontecendo de forma virtual. É o que explicou a pedagoga, arte-educadora e artista de circo, Valéria de Souza Freitas.

“Estamos produzindo vídeos ensinando as crianças a produzir os equipamentos e a fazer as manobras e atividades de forma geral. Estamos tentando manter sempre o contato e ligamos para as crianças para saber como estão passando por este momento”, afirmou.

A arte-educadora explicou também que além de todos os benefícios que a cultura circense traz para a criança, o circo social ajuda as famílias com cestas básicas durante a pandemia.

“Nós tivemos um projeto aprovado no início da pandemia e ajudamos cerca de 600 famílias com cestas básicas completas. Nós conseguimos dar esse suporte durante todo o ano passado. Este ano já estamos procurando doações e recursos para dar continuidade a esse trabalho”, relatou.

O Circo Laheto faz parte da Rede Circo do Mundo Brasil, composta por cerca de 20 instituições, que trabalham a arte circense como elemento pedagógico. A coordenadora pedagógica do Circo, Seluta Rodrigues, esclareceu como esse movimento é realizado.

“A gente trabalha na perspectiva do circo social, que é uma pedagogia relativamente nova e não foge muito das características da cultura social brasileira”, pontuou.

Seluta Rodrigues enumerou ainda quais são as principais atividades ensinadas para as crianças que fazem parte do projeto.

“Nós utilizamos esse encanto do circo como um diálogo atrativo, mas nós somos uma escola de artes. Além de todo equipamento do circo como malabares, pernas-de-pau, monociclo, diabolô e as atividades artísticas como acrobacias aéreas, a gente também tem as atividades complementares como o teatro, música e o incentivo à leitura”, esclareceu.

O circo tem um papel fundamental como disseminador de cultura e é um importante elemento para construção do imaginário infantil. Com palhaços, malabaristas, mágicos e acrobatas, a arte circense atrai, inspira e conquista crianças, jovens e adultos de todo o mundo.

*Palloma Rabêllo é estagiária do Sistema Sagres de Comunicação, em parceria com o IPHAC e a PUC-GO sob supervisão do jornalista Johann Germano