O Circula Roupas desta semana traz cinco iniciativas de empreendedoras afro-indígenas participantes da Colettiva Preta, um evento multicultural, com feiras de artesanato, oficinas e apresentações artísticas feitas por mulheres pretas de Goiânia.

A Colettiva Preta foi realizada nos dias 17, 18 e 19 de março, no Sesc Centro, e reuniu mais de 28 expositoras de economia criativa, moda, artesanato, gastronomia e produção cultural. O objetivo do projeto é gerar renda, fortalecer e valorizar negócios encabeçados por mulheres negras residentes em Goiás.

Roupas coloridas – Foto: Reprodução Sagres TV

O primeiro destaque vai para as marcas Nyna Koxta e Afro Casacos, que expõem juntas uma grande variedade de peças coloridas, únicas e originárias da África. São leques abanadores, pentes garfo de madeira, saias, vestidos, camisas e as famosas jaquetas bombers, em lindos tecidos africanos, tudo produzido no Togo ou na Guiné-Bissau.

A espiritualidade e a cultura negra encontram representatividade na arte de Raquel Rocha, que produz de forma artesanal canecas, camisetas e quimonos com desenhos de orixás. Os quimonos são chamados de mantos pela artista e carregam toda energia e axé da memória e da identidade do povo preto, além de lindas aquarelas feitas a mão.

Raquel Rocha – Foto: Reprodução Sagres TV

O trabalho artesanal minucioso feito em macramê pela Caboclaria também é encantador. O trançado colorido das cordas chama a atenção por sua beleza, aplicados em sandálias, pulseiras, brincos e outros acessórios. Outro ponto forte da marca é o trabalho feito com reaproveitamento de cabaças na confecção de luminárias incríveis, com elas também são feitos os agbês, instrumentos produzidos com as cabaças e com miçangas. Para conhecer melhor o trabalho do casal, João Pedra e Milca, fundadores da caboclaria, acesse as redes sociais da marca.

Cabaças viraram luminárias – Foto: Reprodução Sagres TV

Da mesma forma, o reaproveitamento de materiais é um dos propósitos da marca Njinga, que reutiliza retalhos e restos de tecidos doados ou garimpados na produção de roupas, acessórios e sapatos artesanais. Erika Santos, fundadora da Njinga, pontua que além da cultura, a marca também se preocupa com a sustentabilidade.

“É uma moda que tem uma preocupação em reaproveitar tecidos, reciclagem, garimpagem de tecidos. A gente pensa também em como reduzir o resíduo da produção, que a gente desenvolve também acessórios, com bolsas, ojá pra fazer amarrações de turbantes, brincos”, destaca Erika Santos.

Foto: Reprodução Sagres TV

Criada pela dupla de mãe e filha, a marca busca atender uma grande diversidade de tamanhos e medidas com criatividade, afeto, beleza e encantamento, valorizando a moda afro-brasileira, com sua pluralidade de corpos.

“Peças sem gênero, então uma modelagem também democrática, pra sair um pouco do padrão, e a gente também está falando da gente, nós somos mulheres negras, então nós estamos falando da nossa experiência e também das nossas vivências culturais, que estão sendo refletidas no nosso processo de criação”, completa a fundadora.

Para conhecer outras marcas, artistas da iniciativa de moda e artesanato da Colettiva Preta, acesse o instagram do evento e fique de olho nas novas datas para não perder a próxima ocupação cultural do grupo.

Confira edições anteriores: