Um dos resultados da Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP28, encerrada no último dia 12 de dezembro, foi um pacto pela conservação da biodiversidade que prevê o pagamento a países que preservarem florestas e comunidades locais.

Uma declaração conjunta sobre clima, natureza e pessoas foi anunciada pelas presidências da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), incluindo Brasil, Colômbia e diversos países signatários.

O acordo envolve a criação de um megafundo para captar recursos para a preservação das florestas e o desenvolvimento socioeconômico das comunidades em seu entorno. A estimativa é que sejam arrecadados US$ 250 bilhões de diversas fontes de investimento para realizar o pagamento de valor fixo anual por hectare conservado ou restaurado a 80 países. 

Entre as ações propostas, destaca-se o alinhamento das metas climáticas de adaptação e mitigação às Estratégias e Planos de Ação Nacionais para a Biodiversidade. Isso porque, atualmente, os países apresentam os dois primeiros compromissos à UNFCCC, enquanto os compromissos de biodiversidade são apresentados à CDB.

Estima-se que, para o cumprimento de metas, os investimentos para soluções baseadas na natureza precisarão aumentar de US$ 200 bilhões para US$ 737 bilhões até 2050. O comunicado soma-se a outros compromissos voluntários de grande importância para a temática, como o Fundo Florestas Tropicais para Sempre e o Plano de Transição Ecológica (PTE), ambos lançados pelo Brasil durante a COP28.

O Brasil, além de detentor da maior biodiversidade do mundo, tem quase metade das suas emissões de gases de efeito estufa provenientes do setor de uso da terra,  fortemente associada ao desmatamento. Portanto, rumo à COP30, que ocorrerá em Belém, o país está em posição única para liderar propostas de enfrentamento conjunto das crises climática e de biodiversidade.

Com informações de Ciclo Vivo.

Brasil na OPEP+

A diplomacia brasileira enfrentou fortes críticas de ativistas do clima por ter acertado a entrada no grupo de nações associadas da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). O anúncio da inclusão do Brasil no OPEP+ aconteceu no dia 29 de novembro, um dia antes do início da COP 28.

O presidente Lula se justificou dizendo que o Brasil não tem interesse de se tornar um membro efetivo da organização, mas apenas atuar como país associado para influenciar os debates e defender que os exportadores de petróleo precisam se preparar para o fim dos combustíveis fósseis. A Opep foi criada em 1960 e reúne hoje 13 grandes países ofertantes de óleo no mundo: Arábia Saudita, Irã, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Venezuela, Kwait, Líbia, Argélia, Nigéria, Gabão, Angola, Guiné Equatorial e Congo.

Em meio a adesão do Brasil à OPEP+, sigla que representa o grupo de países aliados, ativistas ambientais na COP 28 escolheram o país como o “Fóssil do Dia”, nesta segunda-feira (4). Segundo os responsáveis pela manifestação, o Brasil confundiu “produção de petróleo com liderança climática”. O “prêmio” é concedido de forma irônica, uma vez por dia, durante as conferências climáticas da ONU desde 1999.

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Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).