Com o advento da inteligência artificial (IA) após o lançamento do ChatGPT no ano passado, observou-se um aumento significativo no uso de chatbots por parte de estudantes para a elaboração de trabalhos de redação e atividades escolares.

Embora essas ferramentas tenham se mostrado úteis para resumir textos extensos e facilitar a compreensão de conteúdos mais complexos, essa prática tem gerado preocupações entre professores e autoridades educacionais em todo o mundo.

Em setembro, a Unesco emitiu um relatório contendo diretrizes globais para o uso da inteligência artificial na educação e pesquisa. O documento recomenda que estudantes a partir dos 13 anos utilizem a tecnologia e que os professores adquiram conhecimentos sobre IA.

A preocupação com o plágio é outra questão relacionada à IA. Nos Estados Unidos, algumas escolas públicas proibiram o uso do ChatGPT em computadores e redes Wi-Fi para evitar práticas de plágio.

Pesquisa

Contrariando algumas dessas preocupações, pesquisadores da Universidade de Stanford, conforme reportado pelo The New York Times, concluíram que os chatbots não aumentaram as taxas de trapaça entre os alunos. Uma pesquisa anônima realizada em 40 escolas secundárias dos EUA revelou que aproximadamente 60% a 70% dos estudantes admitiram ter praticado algum tipo de trapaça em tarefas educativas, mantendo uma porcentagem praticamente inalterada em relação a anos anteriores, quando a IA ainda não era tão popular.

Victor Lee, professor e líder de uma iniciativa na Universidade de Stanford que explora o uso da IA na aprendizagem, salienta que a pesquisa é conduzida de maneira anônima e que os alunos costumam ser sinceros em suas respostas.

Ele sugere que, até o momento, a IA não está contribuindo para um aumento na frequência de trapaças, mas ressalta que essa dinâmica pode mudar à medida que os alunos se tornam mais familiarizados com a tecnologia.

Aceitável

De acordo com Lee, muitos estudantes opinam que o ChatGPT deveria ser aceitável para “fins básicos, como explicar um conceito ou gerar ideias para um artigo”, quando questionados sobre como a ferramenta deveria ser utilizada em atividades escolares.

De acordo com o relato do New York Times, um estudo conduzido pelo Pew Research Center com mais de 1.400 adolescentes nos Estados Unidos revela que aproximadamente um terço dos estudantes afirmou não ter conhecimento sobre o chatbot da OpenAI.

Outros 44% indicaram ter conhecimento “um pouco” sobre a inteligência artificial, enquanto 23% afirmaram ter conhecimento “bastante”. Quando questionados se já haviam utilizado o ChatGPT para trabalhos escolares, apenas uma minoria de 13% respondeu afirmativamente.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 04 – Educação de Qualidade

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