Segundo o sultão Ahmed al-Jaber, presidente da COP28, principal evento para agenda global sobre o clima, principais potências mundiais deverão triplicar a produção de energia renovável até 2030.

Além disso, em publicação com formato de carta, na última quinta-feira (13), o sultão define que os países também deverão dobrar a produção de hidrogênio durante o mesmo período, uma estratégia para acelerar a transição energética.

O movimento, segundo especialistas, é indispensável para evitar maiores tragédias climáticas ao redor do globo.

Carta

No documento, assinado pelo sultão, são detalhadas as pautas principais da agenda da COP28, que em 2023, acontece entre novembro e dezembro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

No plano de trabalho divulgado por al-Jaber, CEO da petroleira estatal Adnoc, são destacados quatro eixos centrais. Nesse sentido, ficaram definidos:

  • Acelerar a transição energética e reduzir emissões até 2030
  • Cumprir velhas promessas e e transformar o financiamento climático
  • Colocar a natureza, pessoas e os modos de vida no coração da ação climática
  • Mobilizar a ação mais inclusiva do evento já realizada

“O mundo deve acelerar urgentemente a transição energética de uma forma ordenada, justa e equitativa, que leve em conta a segurança energética e assegure a disponibilidade de financiamento e tecnologia para os países em desenvolvimento implementarem a transição”, escreveu o sultão.

Eixos

As ações previstas no documento levam em consideração o objetivo definido no Acordo de Paris, aprovado em 2015 por 195 países, a fim de reduzir a emissão de gases de efeito estufa (GEE).

Assim, a carta ressalta a meta de que o aquecimento global não ultrapasse um aumento de 1,5ºC em relação ao século XIX.

No primeiro eixo, Ahmed al-Jaber afirma que é necessário usar todas as ferramentas disponíveis para a redução de emissões. E incluiu na lista as tecnologias nucleares, de armazenamento de baterias e captura e remoção de carbono.

“Todos os países terão de atuar, todos os elementos do sistema energético terão de ser abordados”, reiterou.

Financiamento

As ações relacionada ao financiamento também recebem enfoque durante o documento. A Agência Internacional de Energia (IEA), afima que os investimentos anuais em energia limpa devem mais do que triplicar até 2030, considerando países de renda média e baixa.

Colocando em números, o investimento aproximado é de US$2,8 trilhões. Nesse sentido, considerando as diferentes realidades econômicas dos países envolvidos, o presidente designado solicitou que dirigentes das nações mais ricas dobrem o finaciamento até 2025.

O líder ressalta ainda a necessidade da construção de parcerias, que funcionem como o que chamou de “sistema”.

“Para acelerar o progresso, precisamos reformar e harmonizar os sistemas regulatórios, o que inclui concordar sobre as definições para o
financiamento da transição e divulgação de dados relacionados com o clima, e desbloquear os mercados voluntários de carbono”, citou.

Vidas e inclusão

No terceiro e quarto eixo citado pelo documento, o presidente cita o obejtivo de criar uma edição mais inclusiva do evento. A primeira edição (COP1), aconteceu em 1995, na capital alemã, Berlim.

“Para além das negociações, a Agenda de Ação da COP28 dará um rosto humano às escolhas políticas e irá se focar na entrega de resultados holísticos para a natureza, alimentação e agricultura, saúde, água, ajuda e recuperação”, destaca.

No sentido da inclusão, o documento expressa o trabalho em conjunto com mulheres, indígenas, comunidades locais e outras populações para garantir suas contribuições na busca por resultados.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis.

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