As negociações climáticas da COP29, realizadas no Azerbaijão, enfrentam uma disputa central: reafirmar ou não os compromissos globais de transição dos combustíveis fósseis, firmados na COP28. Enquanto Europa e EUA pressionam pela renovação das promessas para combater as mudanças climáticas, a Arábia Saudita lidera a oposição, adotando estratégias de atraso e bloqueio direto, segundo fontes próximas às negociações.
Na COP28, um avanço histórico incluiu pela primeira vez os combustíveis fósseis na declaração final, com um apelo para a transição energética. Entretanto, países desenvolvidos alertam que não reafirmar esses compromissos representa um retrocesso, especialmente para as nações mais vulneráveis ao aquecimento global.
Além disso, a COP29 busca substituir a meta anual de US$ 100 bilhões em financiamento climático por um compromisso mais robusto, estimado em US$ 1 trilhão por ano. EUA e Europa querem que países como a Arábia Saudita, maior exportador mundial de petróleo, assumam uma parcela maior da responsabilidade.
Apesar de investir em projetos verdes e buscar diversificar sua economia, a Arábia Saudita descreve a transição dos combustíveis fósseis como apenas uma das várias opções para enfrentar as emissões de gases de efeito estufa.
O futuro das negociações depende da habilidade da presidência do Azerbaijão de atuar como mediador, em meio a sua própria dependência dos combustíveis fósseis. Adicionalmente, o cenário global é influenciado pela possível volta de Donald Trump à presidência dos EUA, o que poderia dificultar avanços em acordos climáticos mais ambiciosos.
Com ministros do clima entrando em ação na segunda semana da conferência, o desfecho da COP29 será crucial para definir o papel dos combustíveis fósseis no futuro das políticas climáticas globais.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 13 – Ação Contra a Mudança Global do Clima
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