A COP29, realizada em Baku, ampliou a discussão climática ao incorporar cultura e educação como pilares estratégicos. Embora temas econômicos e políticos sigam centrais, soluções práticas emergem para transformar realidades. Representantes desses setores destacaram a necessidade de alinhar esforços climáticos a ações culturais e educacionais, ampliando o alcance das medidas ambientais.

Com apoio de 40 países, liderados pela ministra Margareth Menezes e representantes do governo do Azerbaijão e Emirados Árabes iniciativas visam incluir compromissos climáticos em políticas públicas oriundas da Educação e da Cultura. Essa abordagem reforça a importância de transpor barreiras setoriais.

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CONHECENDO ALGUMAS EXPERIÊNCIAS

A International Dialogue Enviroment Action (IDEA, sigla em inglês) é uma instituição azeri que está mobilizada em promover os diálogos de proteção ao meio ambiente a partir da arte e da cultura. Veja alguns detalhes da proposta deles em um material produzido por mim e a Ana Carolina Silva.

No Pavilhão do Brasil, três projetos do nosso país tiveram espaço onde buscam promover o diálogo em prol da proteção do meio ambiente com ações e estratégias de consciência ambiental.

Um deles é bastante conhecido de nós goianienses. O projeto de proteção e recuperação do Rio Meia Ponte, apoiado pela vereadora Katia Maria, teve sua iniciativa reconhecida por alinhar ações de limpeza do rio com estratégias educacionais, de suporte a ribeirinhos, crianças e para mim o ponto mais forte – transformar toda a energia voluntária empregada em pesquisa, documentação e indicadores para a construção de uma ação muito mais institucionalizada da prefeitura de Goiânia.

Em Santo André, cidade na região metropolitana de São Paulo, apresentou o projeto Moeda Verde, onde moradores podem trocar 5 kg de lixo reciclado por 1 kg de alimentação saudável. A prefeitura tem um compromisso quinzenal de realizar a ação presencial nos bairros. Em um ano, o projeto registra 100 mil pessoas atendidas e 1700 toneladas de lixo recolhidas (92% reciclados) e encaminhadas para cooperativas especializadas. Se estes números em si já não fossem suficientes, a administração pública registra 90% de economia com gastos de limpeza urbana nestes locais atendidos pelo programa.

Em Paragominas, município paraense que se posiciona como uma liderança estadual no enfrentamento climático, tem desenvolvido o ParagoClima, um conjunto de ações transversais que fomentam a transição sustentável por meio da aceleração da transformação da estrutura, regularização do ordenamento territorial e gestão/monitoramento/controle. A cidade já identificou que 78% das emissões de carbono de Paragominas são oriundas de desmatamento e degradação. Por isso, tem concentrado ações de mitigação.

Essas iniciativas comprovam que o futuro climático demanda inovação em políticas intersetoriais. Com a educação e a cultura como agentes de mudança, o combate às mudanças climáticas ganha novas ferramentas de alcance global.

Inspirados pelos avanços em Baku, temos a oportunidade de transformar ideias em ações concretas. Com união e compromisso, podemos construir um planeta mais equilibrado, sustentável e inclusivo para as próximas gerações.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 04 – Educação de Qualidade

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