A Copa do Catar terminou com uma final sensacional entre Argentina e França. A Argentina sagrou-se tricampeã ao vencer a decisão por 4 a 2 nos pênaltis, após os empates em 2 a 2 no tempo normal e 1 a 1 na prorrogação.  Lionel Messi e Kylian Mbappé foram os grandes astros da final e do mundial.

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Mbappé foi o artilheiro da Copa com 8 gols assinalados em 7 jogos realizados. Uma média superior a um gol por partida. Ganhou a chuteira de ouro da FIFA. O atacante francês, que completa 24 anos na próxima terça-feira (20), entrou para a história como primeiro atleta a fazer o hat-trick numa final de Copa do Mundo.

A França sofreu muito com o pesadelo das lesões. Dos oito jogadores que não puderam disputar o mundial, pelo menos 6 deles poderiam ser titulares. Penso que se o Benzema tivesse sido escalado no lugar do Dembélé, a França teria sido campeã mundial.

A França fez uma final de alto nível. Deu exemplo de superação. A seleção francesa sai do Catar como a favorita para o mundial do México, EUA e Canadá.

A conquista argentina foi justa. Foi importante para consagrar Lionel Messi como o maior jogador de futebol do século XXI. O craque argentino foi eleito como o bola de ouro da Copa do Mundo do Catar.

Depois de 5 copas, finalmente Messi levantou a taça. Mesmo para quem torceu contra a Argentina, no fundo torceu pelo Messi. Ele mereceu esta conquista. Messi é um jogador genial e um ser humano formidável.

No futebol só tem um acima do Messi: o eterno Rei Pelé, eleito por diversos órgãos de imprensa e entidades esportivas como o atleta do século XX. Pelé, como jogador de futebol é único, insuperável, inigualável!

Messi recebe túnica Bisth do emir do Qatar Sheikh Tamim bin Hamad Al Thani, vestimenta tradicionalmente usada pelos qataris em ocasiões especiais. (Foto: Twitter/Selección Argentina/@Argentina)

A Copa do Mundo do Catar também será lembrada por outros motivos

Pelos protestos de organizações internacionais que denunciaram antes do início da competição a exploração de trabalhadores que construíram as arenas esportivas. Muitos deles tiveram os passaportes confiscados, não receberam o salário prometido. Viveram em alojamentos insalubres. Centenas de operários morreram durante a execução das obras.

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Houve protestos também de torcedores e membros das delegações das seleções participantes da copa contra a violação dos direitos humanos, especialmente das mulheres no Catar. Os jogadores da Alemanha protestaram também contra a proibição da Fifa para o uso da braçadeira de capitão com as cores do arco-íris em prol da causa LGBTQIA+ e dos direitos humanos. Os atletas alemães taparam a boca na hora da foto oficial da seleção.

Torcedores manifestaram insatisfação ainda sobre a proibição da venda de bebida alcoólica dentro dos estádios de futebol.

A Copa do Catar também será lembrada pela proximidade das arenas, o que permitiu aos torcedores assistirem presencialmente a mais de uma partida por dia.

Será recordada ainda pela simpatia do mascote oficial do mundial, La’eeb. Com seu lenço branco, representou bem o costume da cultura árabe.

Festa das torcidas!

Dentro dos estádios a tolerância e respeito defendidos no discurso de abertura da copa feito pelo ator Morgan Freeman foram observados pelos fãs do futebol, que lotaram as arenas. Deram um show a parte. Especialmente os torcedores tunisianos, marroquinos e argentinos que celebram a conquista do mundial.

Bandeiras das equipes goianas na copa!

Na torcida pelo Brasil muitos goianos que fizeram questão de levantar as bandeiras dos nossos clubes. Atlético, Goiás e Vila Nova foram bem representados. A bandeira do time colorado goiano ocupou lugar de destaque atrás de um dos gols, nos jogos da seleção brasileira.

Campeões nas tribunas dos estádios!

Na tribuna dos estádios, além de autoridades, presenças de campeões mundiais, como Mário Kemps, campeão com a Argentina em 1978, e artilheiro do mundial com 6 gols, além dos pentacampeões mundiais Cafu, Roberto Carlos, Rivaldo e Ronaldo.

O presidente da Libéria, George Weah, lendário ex-atacante do Paris Saint-Germain, Monaco e Milan, vencedor da Bola de Ouro de 1995, esteve na copa para prestigiar o filho, Timothy Weah, atacante da seleção dos EUA.

O presidente francês Emmanuel Macron marcou presença nos jogos das semifinais e da grande final da Argentina.

O pesadelo das lesões!

Dentro do campo, a Copa do Catar ficará marcada pelas ausências e “partidas” antecipadas devido ao pesadelo das lesões. A França foi o país que mais perdeu jogadores lesionados: Pogba, Kanté, e Benzema nem entraram em campo. Para Lucas Hernandez, a copa durou meia partida. Repito, se o Benzema estivesse na Copa para jogar no lugar do Dembélé, a França teria sido a campeã mundial.

Por conta das lesões, o Brasil perdeu Neymar, Alex Sandro e Danilo em 2 partidas da fase inicial e 1 das quartas de final, e Gabriel Jesus e Alex Telles a partir das quartas de final.

A lesão mais grave foi a do lateral saudita Yasser Al-Shahrani. O atleta teve um choque com o seu colega de equipe Mahammed Al-Owais. Passou por duas cirurgias para corrigir hemorragia no pâncreas.

Seleção africana na semifinal!

A copa do Catar entrou para a história do futebol africano. A seleção do Marrocos foi a primeira a disputar uma semifinal de copa do mundo. Na reta final sofreu também com lesões.

O futebol marroquino foi interessante. Solidez defensiva e velocidade nos contra-ataques. A torcida marroquina foi um show nas arquibancadas dos estádios. Honrou o futebol africano!

Foto: Twitter/Équipe du Maroc/@EnMaroc

Consolidação de uma nova força europeia!

A Croácia, pela segunda copa consecutiva, disputou a semifinal. Ficou com o terceiro lugar. É uma força consolidada no futebol mundial. É uma pena que o excelente Modric não terá idade para jogar a próxima Copa do Mundo.

O brilho dos goianos no apito!

A Copa do Catar ficará na memória dos brasileiros, especialmente dos goianos, pelo bom trabalho realizado pelos árbitros, Wilton Pereira Sampaio e Bruno Pires.

Wilton apitou quatro jogos da Copa do Mundo, dois na primeira fase: Senegal 0 x 2 Holanda, Polônia 2 x 0 Arábia Saudita e outros dois no mata-mata: Holanda 3 x 1 Estados Unidos e Inglaterra 1 x 2 França.

Bruno Pires ganhou um bônus. Foi offside var, responsável pelos lances de impedimento no VAR na disputa do terceiro lugar entre Croácia e Marrocos.

Wilton Pereira Sampaio foi o primeiro brasileiro negro a apitar uma Copa do Mundo (Foto: Arquivo/Sagres Online)

Wilton e Bruno representaram muito bem o Estado de Goiás na Copa.

Por falar em árbitros, apesar dos avanços da tecnologia de ponta, vi muitos erros de arbitragem, inclusive na partida final entre Argentina e França.

Acho que o árbitro polonês Szymon Marciniak não deveria ter marcado pênalti no lance do Dembélé com o Di María.

Sobre arbitragem e VAR farei um comentário em outra oportunidade!

O Brasil dançou ao ritmo da dança do pombo!

Pela segunda copa consecutiva, a seleção brasileira foi eliminada nas quartas-final. O time do Tite teve problemas nas laterais. Ele convocou o “aposentado” Daniel Alves. Para complicar ainda mais, os limitados Danilo, Alex Sandro e Alex Telles tiveram problemas de lesão.

Na parte de criação no meio-campo, a seleção perdeu Neymar durante 3 partidas. Dos 9 atacantes convocados para a Copa, ninguém empolgou, nem mesmo Richarlison que marcou 3 gols e que fez o Tite dançar a música do pombo.

Richarlison (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

Sem algumas peças fundamentais e desorganizado na partida contra a Croácia, o Brasil literalmente dançou fase quartas de final.

Foi o fim do ciclo do técnico Tite, que sem ganhar nada teve o privilégio de comandar o Brasil em duas Copas do Mundo. Foi o fim da linha também para alguns jogadores como Thiago Silva e Daniel Alves.

A reformulação será feita por um treinador brasileiro ou do estrangeiro? Acho que está na hora de fazer uma experiência com um técnico vindo de fora. O espanhol Pepe Guardiola seria o nome ideal.

Em relação aos atletas, inicialmente, teremos poucas caras novas nas futuras convocações, com qualquer que seja o técnico. O Brasil revela muitos jogadores, mas de alto nível são poucos. Há 12 anos, desde que surgiu Neymar, que o futebol brasileiro não revela um astro fora de série.

A história mostra que sem 2 ou 3 atletas acima da média não se ganha uma Copa do Mundo. Este será um desafio importante para os dirigentes da CBF e dos clubes. Precisam investir na formação de novos valores.

Novo formato!

A Copa do Mundo do Catar marcou o fim da competição com 32 seleções. No próximo mundial, em 2026 no México, EUA e Canadá serão 48 seleções.

Sou contra esse aumento substancial de seleções para os próximos mundiais. A qualidade técnica dos jogos vai cair. Haverá também uma diminuição da importância das eliminatórias.

Acho que os dirigentes da FIFA estão considerando preferencialmente o aspecto político e financeiro. O futebol poderá pagar um preço alto por conta disso.

Premiação!

Por falar em pagar, na edição do Catar, a FIFA distribuiu um total de US$ 440 milhões, divididos de acordo com o desempenho das seleções na competição. A Argentina tricampeã vai receber US$ 42 milhões. A França ficará com US$ 30 milhões, enquanto a Croácia como terceira colocada vai embolsar US$ 27 milhões.

Acho que a premiação atual é interessante, mas pelo faturamento crescente da FIFA com a realização dos mundiais, esses valores devem sofrer reajustes significativos.

Pronto para o hexa!

Em 2026 espero encontrá-los por aqui, certamente para celebrarmos juntos o hexacampeonato do Brasil. Eu acredito!  Até lá!

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