Dia 21 de maio, às 20 horas, o Coro Sinfônico de Goiânia se apresenta no Teatro Goiânia sob a regência de Vinicius Guimarães.

No repertório, obras do período barroco e classicismo, como Cantate Domino, peça sacra em latim do italiano Giuseppe Pitoni – que teve produção voltada para a tradição renascentista de Palestrina –, Fyer, Fyer, do inglês Thomas Morley; Hear my prayer, oh Lord, de Henry Purcell; Spem in Alium, moteto a quarenta vozes de Thomas Tallis e o oratório sacro A Paixão Segundo São João, do compositor germânico Johann Sebastian Bach. Obras de Mozart, Schumann e Poulenc também completam a lista de clássicos da noite.

As obras

Mais de dois séculos atrás, boa parte da produção musical estava intensamente associada ao clero e à nobreza. No renascimento, no período barroco e no classicismo, compositores exerciam sua prática musical de acordo com as demandas da igreja ou corte à qual estavam associados. Nesse terreno bastante fértil floresceu uma vasta produção coral, principalmente na renascença, período em que a música coral era ainda mais importante que a música instrumental.

A primeira peça do programa remonta a um período entre os séculos XVII e XVIII, época em que viveu Giuseppe Pitoni, italiano da cidade serrana de Riete. Embora contemporâneo de Corelli, Handel, Alessandro e Domenico Scarlatti – compositores do período barroco –, Giuseppe Pitoni compôs sempre mais voltado à tradição renascentista de Palestrina. Seu Cantate Domino, uma peça sacra em latim, figura claramente dentro desse estilo. A primeira estrofe do texto anuncia: Cantai ao Senhor um novo cântico: Cantai ao Senhor toda a Terra.

Thomas Morley, por sua vez, foi um dos mais populares compositores de madrigais durante o período renascentista inglês, madrigais caracterizados pela sua leveza e melodias cativantes. Foi um aficionado pela escola de madrigal italiana. Fyer, Fyer foi composto sobre texto secular: Arde, arde meu coração!

Por volta de um século depois, surgia figura de Henry Purcell, o mais destacado compositor inglês de sua época. Pouco é conhecido sobre sua vida e caráter. Purcell compôs dentro do idioma barroco de seu tempo – da prática composicional à teoria dos afetos – como algumas aventuras harmônicas mais ousadas, como nas dissonâncias de Hear my prayer, oh Lord, composta sobre texto sacro – o Salmo 102: Ó Senhor, ouve a minha oração, e deixe chegar a ti o meu clamor.

De volta à época do renascimento, temos Thomas Tallis,outro proeminente compositor inglês, principalmente no terreno da música coral sacra. Ao longo de sua vida, serviu como músico a quatro monarquias inglesas. Seu moteto a quarenta vozes Spem in Alium, para muitos representa o auge da polifonia inglesa. Em latim, o texto se inicia com os versos ‘Eu nunca coloquei minha esperança em nada além de Ti, oh Deus de Israel’.

Já no barroco tardio, o emblemático compositor germânico Johann Sebastian Bach, tem seu oratório sacro A Paixão Segundo São João estreado no ano de 1724. Bach introduz sua representação dramática do evangelho com o coral Herr, unser errscher, dessen Ruhm in allen Landen herrlichist! – Senhor, nosso Deus, cuja glória é magnificente em todo lugar! Trata- se uma obra cercada de convenções simbólicas e alegóricas, fundada no poder persuasivo da teoria dos afetos, assim como toda a produção musical de Bach.

Posteriormente, na era clássica, Wolfgang Amadeus Mozart surge como representante máximo do ideal de gênio musical que se perpetuará até o romantismo. Em seu curto tempo de vida foi um compositor bastante prolífico, e dedicou-se à escrita coral principalmente na composição do repertório sacro. Esse é o caso do Te Deum, composto sobre o tradicional hino cristão em latim que se inicia com os dizeres: Louvamos-Te Senhor: Confessamos-Te Senhor. Toda a Terra Te venera Pai Eterno.

Mais tarde, no século XIX, Robert Schumann surge como um dos representantes máximos do romantismo germânico, profundamente envolvido de forma intelectual e emocional com os ideais românticos. Fascinado pelo modo de vida cigano, Schumann compôs Zigeunerleben ao conhecer os ‘poemas ciganos’ de Emanuel Geibel. O texto traz uma calorosa descrição de um dia em acampamento cigano, que ao nascer do sol se desfaz e todos se vão – ‘quem sabe para onde irão?

Por fim, fechando o programa, uma obra de Francis Poulenc, compositor que surge no meio musical parisiense na primeira metade do século XX. Imerso no universo da música francesa, Poulenc compôs o Exultate Deo também sobre um texto sacro,usando progressões de acordes bastante inventivas. A obra também remonta, lá no fundo, a tradição coral de Palestrina. O texto provém do Salmo 81, e na primeira estrofe anuncia: Exultai a Deus, nossa fortaleza; jubilai ao Deus de Jacó. 

O regente

Vinicius Guimarães é natural de Goiânia. Começou seus estudos musicais com seu pai desde os 10 anos de idade e aperfeiçoou-se no Centro de Educação Profissional em Artes Basileu França, onde cursou canto com o professor Dêmades Gomes Farias. Em 2006 deu inicio aos estudos de regência coral com o professor Marco Antônio Izzo na mesma unidade. Em 2007 ingressou à Universidade Federal de Goiás, cursando regência coral na classe da Professora Joana Christina. E no 2° semestre de 2008 iniciou os estudos de regência orquestral com o Maestro Elizeu Ferreira. Vinicius tem feito vários cursos de aperfeiçoamento de regência coral e orquestral com grandes Maestros, entre eles: Vladimir Silva; Lincoln Andrade; Jean Reis; Mara Campos; Emílio de César; Luigi Sferrazza; Neil Thomson entre outros.

Desde 2007 trabalha na função de corista no Coral Sinfônico da prefeitura de Goiânia, onde em 2010 e desde 2013/2 exerce a função de Maestro do Coro.

Serviço:

Coro Sinfônico de Goiânia
Data: 21 de maio de 2014
Local: Teatro Goiânia
Endereço: Rua 23, nº 252 – Centro
Horário: 20 horas
Entrada franca

(Fonte: Secult Goiânia)