Aprender para voar. Os pássaros enfrentam inúmeros desafios ao longo do ciclo de vida. O primeiro obstáculo logo ao nascer, é preciso romper a casca para vir ao mundo. Ainda pequenos, os filhotes recebem os cuidados no ninho, com o carinho e proteção da mãe, mas chega um momento que é preciso voar. É necessário se abdicar da proteção da casa que o prendia e arriscar o bater de asas.

Nós temos muito em comum com os pássaros, que não nascem sabendo voar, aos poucos vão superando barreiras, adquirindo confiança para depois abrir as asas para o mundo. Conosco não é muito diferente, nascemos, crescemos e chega um momento também que é preciso voar, ou seja, desenvolver habilidades, nos preparar para um mundo competitivo e até predador.

Em meio a esta pandemia, ficamos mais frágeis, um inimigo invisível nos ataca, sem dó nem piedade. Aos poucos, ele vai sendo derrotado, mas suas marcas vão ficar. Nem todas são ruins. Ao longo de toda esta semana, jovens da Rede Nacional de Aprendizagem, Promoção Social e Integração (Renapsi), participaram do Módulo SuperAção, uma semana em que os aprendizes estão imersos no crescimento mental, tendo várias experiências de conhecimento.

O diretor-geral da Renapsi, Juan Carlos Moreno, apresentou detalhes do módulo, que é oferecido a 1.500 jovens que normalmente estariam trabalhando presencialmente, mas que em função da pandemia, permanecem em casa e aproveitam os cursos disponibilizados pela Renapsi. “São quatro horas de curso, realizados todos os dias, que podem ser relacionados a marketing, plano de negócios, além de cursos utilização do excel e do power point. Então nós temos uma grande variedade de cursos que estamos oferecendo durante estes dias” .

Várias ações foram realizadas em parceria da Renapsi com a plataforma Learn To Fly, que numa tradução literal significa aprender para voar. João Kohn é CEO na Learn to Fly. A plataforma virtual visa à busca de estímulo ao desenvolvimento humano e de autoconhecimento. O trabalho conta com a ajuda de mentores.

“A Learn To Fly tem a missão de democratizar a jornada de auto desenvolvimento para ajudar as pessoas a encontrarem as suas melhores versões. Talvez, seja por isso que a gente tenha se identificado tanto com o Renapsi, que de certa forma também tem essa missão.

João declarou que vê o modo de preparo oferecido pela Renapsi, aos alunos, como maneira correta de preparar os jovens para o mercado, afirmando que não se trata apenas de dar uma formação profissional e mandar a pessoa “enfrentar um leão por dia. “É muito mais do que isso, é você criar um ambiente, desenvolvimento completo, que olhe para todos os ângulos das pessoas que estão envolvidas e não só ensinar uma matemática, que tem um baita valor, mas que sozinho não faz ninguém ir muito longe”, declarou.

Em uma situação rotineira, as salas de aulas estariam cheias, mas hoje, ainda em meio à pandemia, podemos alçar voos, trocar experiências, nos fortalecer por meio do mundo digital. A jovem Sandy Souza de Oliveira é umas das participantes desta experiência.

“Eu estou gostando bastante, principalmente porque eles estão colocando biografias relacionadas ao tema que está sendo passado. Por exemplo, eles passaram a biografia do Oscar Schmidt, um grande jogador de basquete. Eu não tinha me aprofundado na história dele, a importância dele na sociedade e essa história me inspirou muito para começar na faculdade logo, que eu estava indecisa, se seria neste ano ou no ano que vem”.

Sandy contou ainda que a superação de Oscar, que antes sonhava em jogar futebol, mas se tornou atleta profissional de basquete, acreditando sempre no esforço e na dedicação da pessoa. “Me deu motivação de tentar e acreditar que sou capaz de conseguir o que eu eu quero”. Ao final do processo a proposta é que os jovens tenham um voo seguro e não mais solitário.