Foi apresentada, na segunda-feira, 26, durante a reunião da Câmara de Graduação na Universidade Federal de Goiás (UFG), uma proposta para incluir uma vaga adicional em cursos de graduação destinada a pessoas trans (transexuais, transgêneras ou travestis) em situação de vulnerabilidade socioeconômica e que tenham frequentado o ensino médio em escolas públicas.

A modificação alteraria a resolução do Conselho Universitário 98/2021, que regula o Programa UFGInclui. Agora, a sugestão será submetida à discussão no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepec) e posteriormente deliberada pelo Conselho Universitário (Consuni), responsável por aprovar ou rejeitar alterações nos cursos de graduação da instituição. Todos os coordenadores de cursos de graduação da UFG foram convidados a participar dessa reunião inaugural.

Israel Elias Trindade, pró-reitor de Graduação da UFG, enfatizou que o objetivo inicial de criar uma vaga a pessoas trans foi iniciar o debate sobre o tema na câmara. Ele destacou que a UFG tem se destacado nacionalmente como uma instituição inclusiva.

“Muito antes da Lei de cotas a UFG criou vagas extras nos cursos de graduação para indígenas, quilombolas e de surdos para o curso de Letras Libras, isso em muito nos orgulha”, destacou. Segundo o pró-reitor, a universidade vem tomando decisões acertadas e de atuação na vanguarda para a inclusão em universidades públicas.

Argumentos

Larissa Engelmann, representando o Coletivo Xica Manicongo, apresentou argumentos em apoio à demanda dos estudantes trans durante a reunião. Ela ressaltou a urgência de se considerar a dignidade humana das pessoas trans, especialmente no ambiente universitário.

“No Brasil as pessoas trans têm uma alta dificuldade em concluir seus estudos. Hoje nós precisamos de um aceno da ordem da humanização de nossos corpos”, defendeu. Larissa entende que, para além das vagas, é necessário garantir a permanência daqueles que já estão nos cursos de graduação da universidade. “Apreciamos o que está sendo construído até aqui e vamos seguir até o Consuni, priorizando esse momento político e histórico”, considerou.

Israel Trindade defendeu que a Universidade não pode estar alheia e precisa estar atenta também para essa questão, que mais do que acadêmica, é social. Em seguida, coube ao secretário adjunto de Inclusão da UFG, Pedro Cruz, a apresentar a minuta da resolução que altera a resolução Consuni, que dispõe sobre o Programa UFGInclui, documento que será deliberado pelo Conselho Universitário.

Em seguida, a discussão foi aberta para os componentes da Câmara de Graduação, que ressaltaram a relevância e a urgência dos encaminhamentos sobre o tema.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 10 – Redução das Desigualdades

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