Foi uma vitória marcante, daquelas capaz de reacender o espírito de uma equipe que parecia destruída após derrotas doloridas. A vitória marca o grupo e marca também o técnico Cristian Lauria, que fez questão de dar todos os louros da vitória aos jogadores, que viveram dias ruins, viram companheiros serem demitidos e arrancaram força do fundo da alma para levar o Vila a vitória.

“Foi uma vitória do grupo, a gente viu um time diferente, uma garra que não havia sido mostrada. A gente soube jogar de forma inteligente, neutralizando o ataque do América, que tem bons jogadores, mas isso não significa que não sofremos riscos lá atrás. Graças a Deus não tomamos o gol e conseguimos marcar um pra levar três pontos para Goiânia. Foi importante, a gente sabe que o grupo tem sofrido muito com a situação, mas a vitória hoje foi pra lavar a alma”

Lavou a alma e faz pensar no que pode acontecer daqui para a frente, já que o Vila está apenas a seis pontos de deixar a zona do rebaixamento. Cristian destacou que tem tentado deixar os jogadores tranquilos para esse momento e destacou uma particularidade contra o América, que quase custou o go: soltos, Christiano e Léo Rodrigues mudaram de posição, mas a inversão demorou muito e Cristian cobrou os dois. Na sequencia, veio o gol colorado.

“O que a gente passa para os atletas no momento difícil é que eles não podem carregar um peso maior do que ele é. Tem que jogar, mas tem que jogar é com alegria, e existe a liberdade de fazer algo em campo, desde que com responsabilidade. Aquela inversão é normal, já tinha acontecido em outras partidas, mas ela demorou muito, tanto que eu falei pro Léo que não tinha problema de trocar, mas tinha que ser rápido, só que a gente tava levando pressão e não teve como trocar”

Outro pedido especial feito pelo treinador e revelado após a partida ao repórter Vinícius Tondolo, da 730, é para que “deixassem tudo em campo”, uma lógica latina, mas que significa vontade extrema. Dessa forma, suando até a última gota, muitos jogadores terminaram a partida exaustos, o suficiente para ganhar os parabéns do comandante, que por muitas vezes parecia entrar em campo para jogar junto.

“A gente sente, passa um filme, tentamos ajudar da melhor forma possível e dá vontade de entrar em campo pra ajudar, porque você vê o jogador dando o máximo e às vezes não tendo força mais para correr. Eu pedi isso para eles, para saírem exaustos de campo, falei pra eles: ‘joguem para não se arrepender”, porque pensar que poderia ter chutado, dado um carrinho, isso mata o jogador. A cobrança vai existir, terça-feira já tem o Ceará em casa e a gente espera conseguir um bom resultado”.