A edição #278 do Debate Super Sábado trouxe em destaque as fortes pancadas de chuvas que chegaram no Estado no fim do mês de dezembro de 2021, principalmente na região nordeste. De acordo com o gerente do Centro de Informações de Hidrológicas e Meteorológicas de Goiás (CIHMEGO), André Amorim, as chuvas intensas são provocadas pelo fenômeno chamado La ninã. Segundo especialistas, as fortes chuvas que têm caído nos últimos meses fazem parte de um ciclo natural esperado, mas ações humanas no meio ambiente contribuíram para agravar a situação, provocando enchentes, alagamentos e soterramentos em algumas regiões do país.

Ouça o debate na íntegra:

Para discutir sobre como as intervenções humanas no meio ambiente influenciam tragédias, a Sagres convidou o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Meia Ponte, Fábio Camargo; a advogada e Doutora em Direito Ambiental, Luciane Martins; e o doutor em Ciências Ambientais e analista em Obras e Urbanismo da Prefeitura de Goiânia, Gabriel Tenaglia Carneiro.

Para a advogada e doutora em Direito Ambiental, Luciane Martins, agir de uma forma diferente com o meio ambiente pode contribuir para que os transtornos sejam menores.

“Nós temos um fator humano que está interferindo grandemente nessas questões nas emissões de gases dos efeitos estufas, causando esse desequilíbrio. Essas mudanças climáticas, que chamamos de aquecimento global, nos deixa nessa instabilidade. Precisamos de políticas públicas de prevenção disso tudo. Temos o fator humano que contribui para que esses extremos aconteçam com mais frequência e isso está comprovado pelos relatórios Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas”, afirmou.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, classificou o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas como “um código vermelho para a humanidade”, pois o aquecimento global afeta todas as regiões do planeta e com mudanças irreversíveis. Conforme o doutor em Ciências Ambientais e analista em Obras e Urbanismo da Prefeitura de Goiânia, Gabriel Tenaglia Carneiro, o Plano de Bacias e o Plano Diretor pode ser uma solução de prevenção.

“É muito importante a sociedade compreender tanto o Plano de Bacias, que vai regulamentar o uso das Bacias Hidrográficas de ocupação, e o Plano Diretor nas cidades, que também vai regulamentar esse uso de ocupação. Ele é justamente para trabalhar um mecanismo de prevenir esses desastres, não para impedir, mas diminuir, por exemplo, a letalidade. Hoje você tem no Estado 12 mil famílias atingidas pelo alagamento e inundação”, explicou.

Já para o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Meia Ponte, Fábio Camargo, a falta de planejamento é o grande problema. “Chove desse jeito desde 2005. Choveu assim em 1990 e em 2010. Essa chuva acontece de tempos e tempos. O que acontece é que o planejamento da cidades não liga muito para isso na hora de colocar o meio ambiente em prioridade à produção econômica, por exemplo”, argumentou.

Assista ao debate dentro do Sagres Sinal Aberto – Edição de Sábado, à partir de 1:34:00

Ananda Leonel é estagiária do Sistema Sagres de Comunicação, em parceria com o Iphac e a Uni Araguaia sob supervisão da jornalista Thaís Dutra