Segundo a Organização Mundial da Saúde, a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo. Calcula-se que, aproximadamente, um milhão de casos de mortes por suicídio são registrados por ano em todo planeta. As razões podem ser bem diferentes, porém muito mais gente do que se imagina já pensou em suicídio.

Em alusão ao Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio, o Debate Super Sábado (12) discutiu sobre a saúde mental durante a pandemia com a psicóloga da Secretaria Municipal de Saúde, Ionara Rabelo; e a enfermeira e mestre em Saúde Coletiva, especialista em Saúde Mental e Dependência Química, Luzana Nogueira.

“Esse é um mês que chama a nossa atenção de uma maneira mais evidente para a questão da saúde mental, do suicídio, da depressão. Porém, a gente não pode deixar de lembrar que o ano tem outros 11 meses, que também a gente está vindo de um contexto muito difícil socialmente. Esse mês vem para lembrar que saúde mental é algo que se constrói dariamente, é algo que a gente precisa estar atento, precisa estar conversando, debatendo, discutindo sobre isso”, afirma Luzana Nogueira.

Segundo estudo realizado pela Universidade Estadual de Campinas, 17% dos brasileiros, em algum momento, pensaram seriamente em dar um fim à própria vida e, desses, 4,8% chegaram a elaborar um plano para isso. Em muitos casos, é possível evitar que esses pensamentos suicidas se tornem realidade. “Não é uma questão de fraqueza, não é falta de espiritualidade, é uma questão que ninguém está imune. Então, nós precisamos conversar sobre isso”, completa Luzana.

Para Ionara Rabelo, a Covid-19 potencializou ainda mais esse problema. “A Organização Mundial de Saúde disse que entre pacientes que tiveram Covid-19, 30% deles também estavam apresentando algum tipo de alteração, algum tipo de sofrimento. A gente tem algo inesperado, uma doença que ninguém nunca viu, que provocou uma alteração profunda na rotina das pessoas, aumentando o sofrimento daquelas que já tinham uma vulnerabilidade. Nesse momento, adolescentes que já tinham um sofrimento, que se alto mutilaram, podem estar fazendo planejamento ou ideação suicida.”

Dessa forma, existe a necessidade de cuidar dessas pessoas, principalmente, nesse momento de pandemia. “Isso tudo nos alerta que esse sofrimento precisa ser cuidado, porque mudou as nossas rotinas e das pessoas que tiveram Covid, que perderam familiares, perderam familiares por outras questões, mas não tiveram a oportunidade de fazer um funeral necessário e retornar a rotina da forma que seria. Isso tudo são sinais indicadores de que as tentativas de suicídio e o planejamento podem aumentar nesse ano”, relata a psicóloga da Secretaria Municipal de Saúde, Ionara Rabelo

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