O presidente do DEM e também senador José Agripino Maia (RN), que assumiu a liderança do partido deixada por Demóstenes Torres (GO) na manhã desta terça (27), disse que há a possibilidade fiel de Demóstenes Torres ser expulso do partido. Segundo presidente, a legenda aguarda informações da Procuradoria-Geral da República para que o senador goiano possa se defender.

Agripino Maia lembrou que, em outra ocasião, o partido já decidiu expulsar um membro quando ficou comprovado que ele estava envolvido em um escândalo de corrupção. Foi em 2009, na Operação Caixa de Pandora, que resultou na prisão do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda. Para o presidente e líder do DEM, é possível que o mesmo ocorra com Torres se ele não conseguir provar sua inocência.

“Eu não quero dizer que a expulsão é provável porque eu não conheço as acusações e não quero fazer um julgamento antecipado. Agora, posso dizer apenas que o partido já teve, em circunstâncias preocupantes, um comportamento claríssimo que o Brasil todo conheceu. E não vai hesitar um minuto em repetir a dose se as evidências se mostrarem iguais”, declarou Agripino Maia.

Pressão

Nos últimos dias, aumentou a pressão de senadores para que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, repasse ao Senado as gravações da Polícia Federal (PF) e outras informações de inquéritos que citam Demóstenes Torres e o ligam ao empresário Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira.

Nesta terça, Gurgel recebeu um grupo de senadores e os informou que irá encaminhar ao STF o pedido para iniciar uma investigação contra todos os parlamentares citados na Operação Monte Carlo, da PF, que culminou na prisão de Cachoeira. Além de Demóstenes Torres, trechos de gravações que vazaram da operação implicam também os deputados Sandes Júnior (PP-GO) e Carlos Alberto Lereia (PSDB-GO).

Defesa

Nesta terça, Demóstenes Torres enviou ofício ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), comunicando que ocupará a tribuna da Casa para se defender assim que tiver acesso ao conteúdo dos autos dos processos nos quais é citado. “Não me escusarei de responder a qualquer questionamento que, por ventura, seja feito pelos senhores senadores e senhoras senadoras”, garantiu no documento.

Com informações da Agência Brasil.