A Olimpíada provocou a necessidade de despoluição de dois corpos d’água urbanos nos últimos anos: a Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, em 2016 e o rio Sena, em Paris, em 2024. Mas o custo para despoluir o Sena ficou em mais de US$1 bilhão. Apesar do processo, os rios voltam a ficar poluídos facilmente. Por isso, o professor José Rodolfo Scarati Martins afirmou que é necessário descobrir as fontes de poluição dos rios urbanos para diminuir o custo da despoluição.
Esgoto
José Rodolfo Scarati Martins é professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental (PHA) da Escola Politécnica (Poli) da USP. Para o especialista, é muito importante monitorar as águas urbanas e descobrir a fonte da poluição. Há pelo menos duas já conhecidas, sendo o esgoto a mais comum.
O sistema de esgoto apresenta problemas por ser, em muitos casos, misturados com as galerias de drenagem fluvial. Além dos dejetos não tratados corretamente, que acabam chegando aos corpos d’água. A segunda causa, também comum, é a poluição difusa, causada principalmente pelo descarte incorreto de lixo.
Ela também é causada pela poluentes atmosféricos e outros contaminantes presentes nas cidades que sofrem lavagem pela força das chuvas, como a fumaça de veículos e os detritos da construção civil.
“Os problemas estão escancarados, a questão do esgoto é mais simples porque é só investir o dinheiro e acompanhar, mas o segundo vilão é um pouco mais complicado”, disse o professor.
Soluções
De acordo com José Rodolfo Scarati Martins, a questão do esgoto é mais simples de resolver, porque demanda investimento nos sistemas de coleta e tratamento e identificar falhas na infraestrutura. No caso da poluição difusa, a solução é mais complicada e não é necessariamente responsabilidade das companhias de saneamento.
“É preciso evitar, por exemplo, aqueles pontos de descarte irregular de lixo, no qual as pessoas observam aquela quantidade de lixo acumulada e acabam deixando o saco de lixo da casa delas também. Tem outras fontes também, como a varrição de ruas e a emissão de particulados da frota de veículos”, contou.
A despoluição dos rios urbanos impactam a biodiversidade, a saúde e os ecossistemas aquáticos. A presença deles reduz as ilhas de calor em cidades muito urbanizadas, ajudam a circulação do ar, melhoram a umidade e restauram a fauna e a flora. Os peixes presentes nesses cursos d’água contribuem com a baixa proliferação de doenças e propagação de larvas.
Atualmente, a maioria dos rios urbanos estão poluídos e não permitem, portanto,o seu para atividade de lazer, como natação e outros esportes aquáticos.
*Com Jornal da USP
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 06 – Água limpa e saneamento.
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