O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quarta-feira (29), nova Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) que indicou queda no desemprego no Brasil no terceiro trimestre de 2021. A taxa chegou a 12,1%, ante 13,7% do trimestre anterior, medido até julho. Contudo, a renda média do brasileiro caiu 11%, e chegou ao pior nível desde 2012. O valor recuou de R$ 2.756 em outubro de 2020, para  R$ 2.449.

Em entrevista à Sagres, o tecnologista de Informações Geográficas e Estatísticas do IBGE, Alessandro de Siqueira Arantes, afirmou que o aumento da ocupação indica melhorias na economia, com o retorno das atividades na indústria, comércio, hospedagem, alimentação e  aumento de vagas formais de emprego. Por outro lado, Alessandro aponta a principal culpada pela queda no rendimento. 

“Algo que precisamos melhorar no país são os níveis de inflação, que vem ‘comendo’ parte da renda do brasileiro. É complicado fazer uma previsão, ter uma certeza de que os números vão melhorar, mas a expectativa é de que haja melhorias, sim, para que ao menos voltemos aos números que a gente tinha em 2019, antes da pandemia”, projetou.

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Outro dado importante, apontado pela Pnad, é o alto número de pessoas que estão na informalidade. Dentre as pessoas que se disseram ocupadas na amostragem, cerca de 40% estão em empregos informais. Alessandro Siqueira crê que as entregas por aplicativo, tipo de emprego informal que cresceu nos últimos tempos, deve se manter alta nos próximos anos.

“É uma forma de manter a economia rodando. Tem pessoas que estão ali que fazem apenas um bico, mas outras vêm como sua profissão. Foi uma atividade importante no tempo da pandemia e um alento para quem estava sem emprego. Tudo hoje a gente faz com o celular na mão. Acredito que não vai ser algo que vai deixar de existir a curto prazo ”, comentou.

Na divulgação das estatísticas do próximo trimestre, o representante do IBGE destacou que os números devem seguir tendência de melhora por conta do fim do ano, com mais vendas e mais empregos.

Já sobre 2022, não é possível cravar qualquer previsão. Mas, se tudo correr bem, principalmente quando se trata de desaceleração da pandemia, a tendência é que os números sigam positivos. 

Assista à entrevista no Sagres Sinal Aberto:

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