Desmatamento na Amazônia tem queda de 60% em janeiro, aponta Imazon  

Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) apontam que o desmatamento na Amazônia teve queda de 60% no mês de janeiro. Este é o décimo mês consecutivo de redução no desmatamento da região segundo o monitoramento por imagens de satélite do Instituto através do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD). 

As informações indicam que a derrubada passou de 198 km² em janeiro de 2023 para 79 km² em de janeiro de 2024 – resultando na queda em 60% destacada. O monitoramento aponta ainda que Roraima foi o estado com a maior área derrubada em janeiro, seguido de Mato Grosso e do Pará.  

Maior devastação 

Localizado no extremo norte do país, o estado de Roraima foi o local com maior devastação em janeiro – 40% da área derrubada em toda Amazônia Legal. Esse número, segundo a pesquisadora do Imazon Larissa Amorim, pode estar ligado às condições climáticas desta época na região.  

“Enquanto os outros passam por um período de chuvas, Roraima está com o clima mais seco, o que facilita a prática do desmatamento, assim como a detecção da destruição pelos satélites”, explica.  

Os números mostram ainda que, atrás do “líder” Roraima, com 40%, estão Mato Grosso, com 24% e Pará, com 18%.  

Números ainda são preocupantes 

Embora seja possível comemorar a redução no desmatamento, é preciso observar que os números ainda são preocupantes. Segundo o Imazon, a destruição detectada na Amazônia em janeiro equivale à perda de mais de 250 campos de futebol por dia de floresta e foi maior do que as registradas no mesmo mês de anos como 2016, 2017 e 2018, por exemplo. 

“Para reduzir ainda mais a derrubada e chegarmos à meta de desmatamento zero em 2030, que é prioritária para o Brasil reduzir suas emissões de gases do efeito estufa, é essencial continuar investindo em fiscalização e fortalecimento dos órgãos ambientais e fazer a destinação de florestas públicas para criação de novas áreas protegidas, como terras indígenas e unidades de conservação”, afirma Larissa. 

Desmatamento da Terra Indígena 

Além da liderança geral no desmatamento, o estado de Roraima teve ainda seis Terras Indígenas entre as mais desmatadas, sendo cinco com territórios exclusivamente no estado e uma com parte da área no Amazonas. 

“É preciso aumentar urgentemente as garantias de proteção desses territórios, principalmente os que já vêm recorrentemente aparecendo nos nossos alertas de desmatamento. Esse é o caso da terra Yanomami, que apareceu entre os dez territórios indígenas mais desmatados em 2023 e, em janeiro deste ano, ficou em segundo lugar”, alerta Larissa. 

Além das Terras Indígenas em Roraima, estão na lista das dez TIs mais desmatadas os estados do Pará e do Amazonas – que lideram o desmatamento quando se fala em unidades de conservação.  

Comparativo com dezembro 

Em dezembro de 2023, o SAD detectou 108 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal, uma redução de 62% em relação a dezembro de 2022, quando o desmatamento somou 287 quilômetros quadrados. O desmatamento detectado em dezembro de 2023 ocorreu no Pará (30%), Mato Grosso (23%), Roraima (17%), Maranhão (11%), Amazonas (8%), Rondônia (4%), Acre (3%), Tocantins (3%) e Amapá (1%).  

As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 1.050 quilômetros quadrados em dezembro de 2023, o que representa um aumento de 1.621% em relação a dezembro de 2022, quando a degradação detectada foi de 61 quilômetros quadrados. No final do ano passado a maioria (75%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmatamento foi registrado em Assentamentos (19%), Unidades de Conservação (5%) e Terras Indígenas (1%). 

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU)ODS 13 – Ação Global Contra a Mudança Climática

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