O desmatamento no Cerrado aumentou 14,6% entre agosto de 2023 e junho de 2024, com devastação de  6.571 km². O dado coletado do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) faz parte do monitoramento dos biomas brasileiros realizado pelos Ministérios do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia.

O comparativo do Deter se refere aos 11 meses anteriores. Por isso, o crescimento do desmatamento no segundo bioma do país preocupa, mesmo com a queda de  24,3% em junho. Isso porque o acumulado de 2023 e 2024 está superado os números da Amazônia, que historicamente é mais desmatada. 

No Cerrado, o Deter registrou queda de 52% do desmatamento na Bahia. Entretanto, o aumento geral se deve ao crescimento de áreas desmatadas no Tocantins (69,5%), Maranhão (36,8%) e Piauí (13,5%), três estados que compõem a região agrícola Matopiba juntamente com a Bahia.

Ao comentar a situação do Bioma, a ministra da pasta ambiental, Marina Silva, avaliou a necessidade de mais programas de proteção ao Cerrado. “Estamos trabalhando em um pacto pelo Cerrado”, afirmou.

Outros biomas

O cenário do Cerrado e da Amazônia são comparáveis porque os biomas estão passando por momentos distintos. Enquanto o desmatamento cresceu no Cerrado, a Amazônia registrou queda de 51,1% no mesmo período. Ou seja, entre agosto de 2023 a junho de 2024 o bioma perdeu 3.644 km² para o desmatamento, maior queda desde 2016.

Na Amazônia, a queda é resultado da redução de desmate no Pará (47,3%), Mato Grosso (53,3%), Amazonas (55,7%) e em Rondônia (66,7%). O governo celebra essa redução, com uma projeção mais positiva ainda para os próximos anos. “Se continuarmos nessa trajetória, alcançaremos desmatamento zero na Amazônia até 2026”, disse Marina Silva.

Os dados relativos à Mata Atlântica coletados pelo satélite Prodes mostraram que o desmatamento no bioma caiu  25,2% em 2023 em relação ao ano de 2022, maior queda desde 2019. 

Os Ministérios do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia não divulgaram dados do Pantanal, da Caatinga e do Pampa. Os dados são referentes a 2023 e aos primeiros seis meses de 2024, em comparação com os dados de 2022. 

*Com informações da CNN Brasil

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima.

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