Foi apresentado na Câmara Municipal de Anápolis, novo projeto de lei que pretende tornar o Dia da Consciência Negra (20 de novembro) em feriado municipal. O texto é de autoria do vereador Teles Júnior (PMN) e agora tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Casa. A matéria, no entanto, sofre críticas por causa da criação de mais um feriado.
Segundo o diretor de Inovação e Tecnologia da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Raulison Resende, o feriado não se trata de mais um dia de folga, mas um dia de reflexão.
“Nós, pretos, não queremos apenas um feriado a mais, queremos visibilidade para poder falar, combater e conscientizar as pessoas de Anápolis, a exemplo de outras cidades brasileiras, inclusive Goiânia, que por meio de projeto apresentado pelo presidente da Câmara, Romário Policarpo, caminha para tornar o Dia da Consciência Negra feriado também”, afirma Raulison, que sugeriu o projeto.
O vereador Teles Júnior acredita na aprovação e, afirma que a Câmara é sensível à desigualdade racial e social. “Estamos trabalhando para que o dia 20 de novembro seja feriado para que haja mais consciência e para que possamos minimizar a ignorância sobre o potencial da economia e cultura movimentado pelos pretos e pretas de Anápolis.”
Segundo o parlamentar, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) mostram que 56,10% de brasileiros se declaram negros, ou seja mais da metade da população. “A superioridade desse número, no entanto, ainda não se reflete na nossa sociedade, afinal, os negros continuam ganhando menos que os brancos, de acordo com dados do IBGE”, ressalta Teles.
As informações também dão conta que as mulheres pretas são mais vítimas de assassinatos do que as brancas. Dados mostram que em 2019, 61% das mulheres que sofreram feminicídio eram negras.
“Nesse sentido, o Dia da Consciência Negra é fundamental para evidenciar as desigualdades e violências contra a população negra ainda existentes em nossa sociedade. Para além de um momento festivo, a data proporciona a reflexão sobre o racismo e as suas implicações na atualidade”, complementa o vereador Teles Júnior.