Gratidão. Este é um sentimento que nos leva a reconhecer e exaltar quem nos quer bem, nos ampara, nos ama. E existe uma idade para começarmos a ser gratos? O Joaquim, de 2 anos, mostra que isso pode acontecer desde muito cedo. A publicitária Stefany Andrade, mãe de Joaquim, conta que a criança é fascinada em caminhões. Em especial os caminhões de lixo e da coleta seletiva. Segundo Stefany, os veículos sempre chamaram a atenção de Joaquim por conta dos barulhos que fazem no momento em que recolhem o lixo na rua. 

Por conta dessa fascinação, os pais do pequeno Joaquim passaram a levá-lo para a rua todas as vezes que os caminhões chegavam para pegar o lixo, e isso virou rotina. “A gente sempre levava o Joaquim, quando era pequenininho, para ver, já que gostava do barulho. Íamos até o portão para acompanhar e ver eles pegando o lixo e aquilo era festa para ele”, detalha Stefany.

Com isso, Joaquim passou a ter uma relação próxima com os coletores, que sempre são os mesmos que passam pela rua três vezes na semana. “Eles esperam que o Joaquim esteja no portão. Eles falam: “Oh, neném”, eles tiram a luva e dão soquinho na mão dele. Como o caminhão passa muito cedo, por volta das 7horas, nem eu e nem meu marido estamos acordados na hora. Então, algumas vezes a gente perdeu o horário de levar ele ao portão. E a gente escutou do nosso quarto os coletores gritando pelo Joaquim”, lembra.

Ao observarem esta relação de amizade mútua, os pais da criança decidiram criar o Dia da Gratidão. A intenção da data é ensinar Joaquim a ser bem relacionado com as pessoas, para que ele valorize as pequenas atitudes. Então, os pais compraram um mini chocotone para que Joaquim entregasse ele mesmo aos coletores como forma de agradecimento. E os trabalhadores se emocionaram com a atitude.

Joaquim no Dia da Gratidão. Foto: Arquivo pessoal

“Eles o colocaram dentro do caminhão, sabendo que ele ama caminhão. Foram até o fim da esquina e voltaram com ele. Tudo para ele se sentir bem também, feliz. Acredito que aquele momento para eles foi muito feliz. Eles beberam a água gelada que o Joaquim entregou com uma vontade. Eles falavam ‘que água gostosa, gelada’. O trabalho deles exige tanto, que nem ao menos um momento para beber água durante o dia eles têm. Então, a gente queria que eles tivessem um momento agradável e que eles sentissem a importância que têm em geral na sociedade”, contou a mãe sobre o Dia da Gratidão.

Stefany Andrade relata ainda que, quando descobriu que estava grávida, muitas pessoas vieram até ela e questionaram o motivo dela ter um filho no mundo caótico de hoje. E ela tinha a resposta na ponta da língua para isso. “É justamente por isso o motivo de ter um filho. É limpar a base, criar seres humanos de verdade, porque eles são nosso futuro. Queremos colocar isso em prática. E para nós, como pais, é um orgulho saber que Joaquim está crescendo e vai ser uma pessoa diferenciada. A gente quer que ele se destaque no meio da multidão, que seja luz por onde ele passar”, reforça a mãe.

“A intenção mesmo é criar com serzinho que vem em papel em branco, e a gente quer escrever uma história linda para ele e que ele lembre desses momentos”, finalizou ela.

Confira o vídeo do Dia da Gratidão:

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