Na última segunda-feira (22/1), como parte do 2º Seminário de Corpo, Cultura e Consumo, a Universidade Federal de Goiás (UFG) promoveu um debate crucial com o tema: “O acesso de pessoas trans e travestis ao ensino superior”. O evento, realizado pelo Grupo de Pesquisa Corpo Cultura e Consumo, teve o apoio da Faculdade de Comunicação e Informação (FIC) e do Programa de Pós-Graduação em Arte e Cultura Visual, da Faculdade de Artes Visuais (FAV).

A relevância das políticas de cotas como instrumento para equilibrar numericamente as oportunidades educacionais foi destacada, na discussão. Com foco especialmente para grupos historicamente sub-representados.

Os participantes expressaram a necessidade de criar cotas específicas para pessoas transgênero. O ato visa superar barreiras de acesso ao ensino superior, além de enfatizar a importância de implementar políticas de permanência e assistência.

A egressa da UFG, Luda Bulhões, contou um pouco sobre as suas experiências durante a graduação como mulher trans. Ela enfatiza as dificuldades enfrentadas até a sua formatura. “Como uma aluna pode se dedicar aos estudos se não se sente acolhida?”.

Desafios e Desamparo

Outros pontos destacados durante o debate incluíram a insegurança no uso dos banheiros, a falta de assistência social considerando as frágeis condições familiares de algumas pessoas trans e o desamparo em relação à saúde mental e física. Esses aspectos muitas vezes leva essas pessoas à enfrentarem situações precárias nas ruas por falta de oportunidades.

Mel Peixoto, uma pessoa agênero e ativista dos direitos LGBTQIAP+, abordou o binarismo masculino/feminino imposto pela sociedade, destacando a necessidade de respeitar a pluralidade de identidades de gênero. O debate sublinhou ainda a importância da participação ativa de pessoas cisgêneras na luta por mudanças e igualdade.

Luda alertou que o estado de Goiás é líder em casos de violência contra pessoas trans e também no consumo de pornografia envolvendo essa comunidade. Isso ressalta a urgência de repensar a forma como esses corpos são percebidos e os espaços que ocupam.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU): ODS 4 – Educação de Qualidade e 10. Redução das Desigualdades.

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