Foto: Lula Marques

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O ex-ministro José Dirceu (PT) disse nesta quinta-feira (6) em entrevista à Rádio Sagres 730 que o PT vai mudar, tem futuro e que vai voltar a disputar o governo em condições de vencer. “A história não terminou de ser escrita”, afirmou. Segundo ele, seu partido continuará a disputar a maioria no Brasil.

O ex-ministro, que lança hoje em Goiânia sua autobiografia, Zé Dirceu, Memórias, Volume I (Geração Editorial), acredita que o PT quer mudar, afirma que ele terá de se reavaliar e que essa discussão já começou, até porque, observa, o Brasil mudou, tem outro tipo de governo, mudou culturalmente, socialmente, assim como mudou o mercado de trabalho.

Para ele, os 10 milhões de votos para a Câmara dos Deputados e os 47 milhões de votos de Fernando Haddad na disputa presidencial com Jair Bolsonaro revelam a força do partido e que isso respalda a continuidade de sua luta política. Para o ex-ministro, é preciso ver a direção que Bolsonaro dará ao país, quais decisões ele tomará em questões relevantes para a vida da população, como correção do salário mínimo, reforma tributária, privatização da educação, interferência do sistema religioso em decisões do Estado, entre outros assuntos, para o partido se posicionar.

Quando isso acontecer e dependendo das decisões de Bolsonaro, Dirceu acredita que não apenas o PT, ele ou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba desde abril, vão reagir, mas a própria sociedade. Ele observou que a população reagiu contra a ditadura militar, foi para as ruas e acredita que o mesmo acontecerá dependendo do que fizer o futuro governo.

O ex-ministro critica os que querem condenar o PT como organização criminosa. Para ele, líderes petistas que fizeram uso indevido de recursos públicos podem ser responsabilizados, mas não o partido. “Imagine a Igreja Católica ser condenada pelas Cruzadas, ser condenada pela Inquisição, ser condenada, agora, pela pedofilia. Não se trata de condenar a instituição e, nem por isso, condenar toda a obra do cristianismo ou condenar toda obra do Lula ou do PT. Este é um debate que precisa ser feito e eu vou fazê-lo.”

Dirceu afirmou que não se sente derrotado, que continua lutando, resistindo, fazendo política, escrevendo, debatendo, andando pelo país. “Eu não me considero um fracassado nem que nós sejamos derrotados ou fracassados, porque a história ainda não terminou de ser escrita. Vamos agora esperar o presidente Bolsonaro governar.“

Ele repetiu que foi condenado sem provas tanto no mensalão quanto na Lava Jato. No primeiro caso, diz que sua condenação foi pelo “domínio do fato, porque a literatura jurídica permitiu, mas sem provas.” Afirmou que no caso da Lava Jato não há provas da relação entre ele e a Petrobras, mas entre ele e empresas que prestaram serviços à petrolífera. “Eu disse ao juiz [Sérgio] Moro, ‘o sr. quer me condenar por questões fiscais, por questões de empréstimos não declarados, me condene. Agora não me condene por corrupção, por organização criminosa e lavagem de dinheiro, quando não há provas disso’”.

Só que o ex-ministro acabou condenado a 30 anos e 9 meses de prisão e está em liberdade por Supremo Tribunal Federal (STF) à espera do julgamento de seu recurso. Aproveita para divulgar seu livro. Hoje estará na Assembleia Legislativa, às 18h30. Na terça-feira (4) participou de evento em Palmas (TO). Ele pretende visitar todas as capitais brasileiras, à exceção das capitais do Norte brasileiro (Boa Vista, Macapá, Manaus, Rio Branco e Porto Velho) em função da distância. Dirceu mora em Brasília e viaja em um ônibus cedido pela editora. Depois da visita à Goiânia, faltam Campo Grande (MS), Cuiabá (MT) e Curitiba (PR).

jose dirceu

Foto: Reprodução/Twitter