(Foto: Reprodução / Internet)

Entre 2017 e o ano passado houve um aumento de 29% no número de ações na Justiça relacionadas a crimes de ódio na internet. O Ministério Público Federal identifica que a intolerância está por trás de boa parte desses casos. O massacre na escola de Suzano, que deixou dez mortos, trouxe à tona os fóruns, fóruns conhecidos como chans. Localizados na chamada dark web, os chans são canais que abrem espaço para discursos homofóbicos, racistas e misóginos.

Professor de Comunicação Social da Universidade Federal de Goiás, Daniel Christino explica que as informações acessíveis à maioria da população correspondem a apenas cerca de 30% do fluxo de dados disponíveis na rede. O restante são informações protegidas por senhas (sites de empresas públicas ou privadas, por exemplo) que são rastreáveis, mas são inacessíveis aos buscadores, e aquelas que não são rastreáveis. Em outras palavras, não é possível identificar o usuário por meio de seu endereço de IP. Os chans, portanto, sobrevivem protegidos pelo anonimato.

Apesar disso, Daniel Christino acredita que o meio, neste caso os chans, não são o mais grave, mas a mensagem que eles difundem, ou seja, o discurso de ódio. O professor lembra que os estudantes nazistas também tinham um meio de comunicação, que eram os fanzines, para divulgar a teoria da supremacia branca. Por isso, Christino afirma que o combate à violência surgida nestes canais deve ocorrer pela difusão de ideias de defesa da cidadania, de democracia e de liberdade junto aos jovens.

O professor destaca ainda ser importante oferecer perspectiva aos jovens. Ele diz que o desânimo com as instituições, comum no Brasil atual, desorienta os jovens e favorece sua adesão ao radicalismo político.

{source}
<iframe width=”100%” height=”166″ scrolling=”no” frameborder=”no” allow=”autoplay” src=”https://w.soundcloud.com/player/?url=https%3A//api.soundcloud.com/tracks/593562237&color=%23ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false&show_teaser=true”></iframe>
{/source}