Uma rede de 25 instituições ligadas à saúde enviaram ao Ministério da Saúde um ofício com a proposta de um plano de combate à obesidade. A iniciativa do Fórum Intersetorial das Condições Crônicas não Transmissíveis mostra o caráter complexo da obesidade e urgência de combater esta “epidemia”.
Entidades como a Universidade de São Paulo, através da Faculdade de Saúde Pública, assinam o documento. Docente da unidade da USP, a professora Cláudia Moreno comentou a iniciativa e a complexidade da obesidade para a saúde das pessoas.
“A obesidade é uma doença que leva a condições que causam mortes prematuras. Doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral, hipertensão, doenças respiratórias. Essas doenças têm como fatores de risco comportamentos que são consideráveis modificáveis, portanto, é necessário chamar atenção para a questão “, explicou.
Ofício ao Ministério
A obesidade é uma doença crônica que atinge ao mesmo 20% dos brasileiros em 2019, segundo dados da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso). Há uma estimativa de aumento dessa condição, inclusive entre as crianças. Por isso, a rede de instituições incluiu no plano diretrizes para o cuidado contra a obesidade desde a infância.
“Existe uma discussão sobre a obesidade em que o tema se torna um tabu, porque obviamente existe um estereótipo e um preconceito. Isso é algo que precisa ser cuidado também. A discussão acaba girando em torno apenas do combate ao preconceito, mas a verdade é que é preciso fazer as duas coisas”, disse.
Foco da doença
O foco do documento é o combate à obesidade no Brasil, mas a professora da USP destacou que a doença crônica é uma tendência mundial. “A própria Organização Mundial da Saúde lançou um documento no ano passado em que de fato dá esse alerta. Ela conclama os países para que haja uma resposta mais eficiente no combate à obesidade em seu sistema de saúde”, afirmou.
Com base nesse pedido, então, o plano de combate à obesidade é uma proposta de resposta do Brasil. O principal objetivo do documento é construir ações práticas que reduzam os fatores de risco que levam à obesidade.
“Essa redução deve ser feita por uma atuação intersetorial, é por isso que esse documento tem instituições, além do público, privadas, instituições não governamentais. Porque a ideia é justamente fazer um conjunto de entidades que possam atuar na implementação dessas ações para promover a saúde e reduzir a obesidade”, finalizou Cláudia Moreno.
*CicloVivo
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 03 – Saúde e Bem-Estar.
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