A Universidade Federal de Goiás (UFG) sediou a fase regional da 2ª Olimpíada Brasileira de Satélites (Obsat) no último fim de semana (21/10 e 22/10). Estudantes da região Centro-Oeste trocaram experiências e lançaram os satélites desenvolvidos pelas equipes. Mas o diferencial dos projetos é a notável preocupação dos discentes na busca por soluções para problemas reais.

O satélite da equipe Lovalence, por exemplo, pode reestruturar o campo magnético terrestre. Desenvolvido por Laura Fernandes Cardoso, Vitória Moura dos Santos e Ana Cecília Vivaldi, trio do terceiro ano do ensino médio do Sesi Goiás, ele é capaz de impedir que a radiação chegue à superfície em locais em que a camada protetora da Terra está enfraquecida.

“Esse campo magnético está se enfraquecendo e o Brasil é um dos mais afetados, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, gerando, por exemplo, altas temperaturas. Na estrutura do nosso satélite tem o que chamamos de bobina, que gera o campo magnético”, contou a estudante Ana Cecília.

Equipes trabalham na composição do balão para o lançamento estratosférico dos satélites selecionados (Foto: Julia Barros)

Satélite detecta áreas de lixões

As estudantes Rebecca Draschi, Sofia Pereira e Maria Fernanda Nascimento integram a equipe Ipêtronic, do Colégio Visão. Assim, elas desenvolveram um satélite que coleta coordenadas e fotos de áreas de lixões. O projeto do trio utiliza inteligência artificial e tem objetivo de auxiliar os órgãos responsáveis pela fiscalização do descarte de resíduos.

O trio da Ipêtronic está finalizando o ensino médio e pretendem cursar Engenharia Mecatrônica. “Nós já estávamos envolvidas com a área de robótica, mas foi muito interessante descobrir toda essa parte de satélites também”, afirmou Sofia.

Olimpíada de satélites

Balão estratosférico chegou a uma altura de 26 km e foi recuperado em uma área rural na cidade de Inhumas (Foto: Julia Barros)

A Olimpíada Brasileira de Satélites (Obsat) tem o objetivo de despertar o interesse de estudantes para os campos científicos e tecnológicos, além de popularizar a ciência entre estudantes do ensino médio. Portanto, Kamila Sousa, professora do Sesi Goiás, apontou que a Obsat é um importante meio para desenvolver habilidades e competências na prática.

“Além do trabalho em equipe, da tomada de decisão e da resolução de problemas, [as olimpíadas] despertam os estudantes para um universo de pesquisa e de interação com o mundo prático”, disse. 

A fase regional da Obsat ocorreu na Escola de Música e Artes Cênicas (Emac) da UFG. Os estudantes apresentaram os protótipos dos seus projetos para uma dupla de juízes, que avaliaram a viabilidade física e ambiental. No domingo (22), os satélites foram lançados com um balão estratosférico a uma altura de aproximadamente 26 quilômetros. Os equipamentos caíram em uma área rural na cidade de Inhumas e foram recuperados pela organização da Olimpíada. 

Vencedores

As Equipes CEPI Prof. Izabel Christina 2, Ipêtronic e DouraSat ficaram com as medalhas de ouro. Os ganhadores da prata foram a Equipe Lovalence, a MobileNet Mapper e a SpaceGran. E o bronze ficou então com o CEPI Prof. Izabel Christina 1, a MagnetoStorm e a Unisat 2. Alguns estudantes venceram a medalha teórica.

*Com informações do Jornal UFG

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