“Gostam de ir ao parque e se divertir, e que alguém os ensinasse a dirigir. Mas, eles só querem paz e mesmo assim é um sonho. Fim de semana do parque Santo Antônio”. Nesse verso da música “Fim de semana no parque” o rapper Mano Brown relata um desejo comum entre jovens da periferia, um simples passeio no parque.
Segundo estudos do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS), morar em ambientes arborizados é benéfico para a saúde mental. Isso se torna ainda mais favorável quando pensamos em regiões de baixa renda.
De acordo com a pesquisa, as populações de baixa renda costumam ser mais dependentes dos parques e praças da sua região. Isso ocorre, pois não possuem condições ou oportunidades de repouso das classes mais altas. A pesquisa foi feita com 2.584 participantes, através do questionário General Health Questionnaire. Ele identifica possíveis transtornos psicológicos leves, como nível de estresse e ansiedade.
A partir disso, o Instituto relacionou os dados obtidos com o local em que esse indivíduos moravam, associando a sua renda e a arborização do local. Chegando, assim, à conclusão de que, nas áreas periféricas, a presença das áreas verdes é mais benéfica à saúde mental.
Além disso, uma pesquisa publicada pela faculdade de Stanford, apresenta que o convívio com parques e regiões arborizadas diminui os casos de doenças psicológicas.
Benefícios
O professor do curso de psicologia da faculdade Anhanguera, Rafael Campolina, afirma que viver em ambientes arborizados gera diversos benefícios práticos, como:
- Melhora de humor e redução de estresse: Ele relata que conviver com ambientes verdes e arvorados reduzem o nível de cortisol e propiciam o funcionamento de neurotransmissores ligados ao bem estar.
- Fortalecimento do senso de comunidade e o aumento da concentração e da criatividade: Ter parques e áreas de convivência próximas de casa estimula as pessoas a saírem e se socializarem. O que melhora a sua qualidade de vida e diminui as chances do desenvolvimento de possíveis doenças psicológicas.
Para Rafael: “É importante que as autoridades promovam ações voltadas para a saúde mental da população, e uma maneira de fazer isso é introduzindo mais árvores e paisagens bonitas nas ruas. Isso não é apenas uma questão estética, mas uma decisão consciente de investir na saúde mental da comunidade e evitar possíveis transtornos psicológicos”
Em uma sociedade tão estressada e ansiosa, uma pausa para uma simples caminhada no parque pode ser fundamental para a manutenção da qualidade de vida. Um local para passear com os pets e com a família parece pouco, mas pode fazer uma grande diferença.
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