SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar alternava estabilidade e leve queda contra o real nesta sexta-feira (24), mas caminhava para sua quarta semana consecutiva de ganhos, depois que temores de que juros mais altos nas principais economias levem a uma recessão abalaram o sentimento global, cenário agravado por receios políticos e fiscais domésticos.

Investidores reagiam nesta manhã à notícia de que o IPCA-15 subiu 0,69% em junho, sobre alta de 0,59% no mês anterior e expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,62%.

Às 9h09 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,18%, a R$ 5,2198 na venda.

Na B3, às 9h09 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,45%, a R$ 5,2290.
O dólar negociado no mercado interbancário fechou a última sessão em alta de 0,97%, a 5,2291 reais, máxima para encerramento desde 11 de fevereiro deste ano (5,2428).

A Bolsa de Valores brasileira recuou nesta quinta-feira (23) ao seu menor nível desde o início de novembro de 2020. O índice de referência Ibovespa encerrou a sessão aos 98.080 pontos, com desvalorização diária de 1,45%.

Como é comum em momentos de aversão aos investimentos mais arriscados, o dólar comercial apresentou ganhos frente à maior parte das moedas emergentes.

Declarações do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) ao Congresso dos Estados Unidos alarmaram investidores quanto à aceleração da escalada dos juros no país e, consequentemente, para o risco do tombo que esse aperto ao crédito pode provocar na economia mundial.

Jerome Powell disse ao comitê de serviços financeiros da Câmara dos Deputados que o controle da inflação mais alta em 40 anos no país deve ser “incondicional”.

Em Nova York, porém, o índice de referência da Bolsa subiu 0,95%. Cabe ressaltar que a ligeira recuperação ocorreu sobre um patamar baixo. O S&P 500 acumula queda de 20% neste ano.

No início da noite desta quinta, o preço de referência do barril do petróleo bruto era negociado com desvalorização de 1,77%, cotado US$ 109,76 (R$ 568,85), depois de ter caído 2,54% na véspera.

A baixa da commodity também resulta da expectativa de desaceleração da economia global. Na última sexta, o barril do Brent já havia tombado 5,58%. No acumulado deste ano, porém, a matéria-prima ainda tem valorização de quase 40%.

Outras matérias-primas também enfrentam desvalorização diante da crise. É o caso do minério de ferro, cujas sucessivas baixas resultam do temor de que a fraqueza no crescimento da economia diminua a demanda pelo aço na China, maior comprador e produtor mundial do metal.

Acompanhando as perdas do setor de commodities, a mineradora Vale despencou 3,65% na Bolsa nesta quinta. As ações mais negociadas da Petrobras caíram 1,86%. As duas companhias tiveram o maior impacto na baixa diária do Ibovespa.