Um dos temas abordados pelo Tom Maior desta terça-feira (9), foi o Ensino a distância (EAD) Rede Pública de Ensino em meio à pandemia da Covid-19. A SagresTV convidou a professora e especialista em Métodos e Técnicas de Ensino na Área da Alfabetização, Cristiane Barbosa e a pedagoga, especialista em Educação Especial e Diversidade, professora e atualmente coordenadora pedagógica, Chirley Lopes. Ambas atuam na Rede Municipal de Goiânia.

“O professor está muito ligado a esse processo de estar próximo ao aluno de acompanhar e ver no dia a dia a evolução isso foi uma grande incógnita para todos os educadores pois seria necessário continuar acompanhando as crianças e saber como estão, mas elas não estariam próximas a gente. Nós temos que cobrar responsabilidade, trabalhar junto e receber novas responsabilidades e isso não é um processo fácil. Como coordenadora eu tenho que tentar dar apoio tanto aos professores quanto aos alunos e as famílias que também estão vivendo esse novo momento. Esse processo ainda está em construção ele não foi concretizado e eu acredito que não será brevemente, nós estamos caminhando devagar e a cada dia temos uma nova descoberta”, afirma Chirley Lopes.

A professora Cristiane Barbosa contou qual é a maior dificuldade enfrentada durante o período de isolamento social, em que as aulas não podem ser realizadas presencialmente, para evitar a disseminação da Covid-19.

“A maior barreira que eu encontro hoje e acredito que as demais professoras também é a falta do vínculo e do contato com a criança. Nós estamos tentando amenizar essa falta de contato ajudando na questão da plataforma que foi inserida pela Prefeitura de Goiânia, tentando facilitar essa transmissão que foi proposta e colocando para as famílias a questão da necessidade de estar atualizando a criança diante dessa ferramenta, mas o vínculo é o maior desafio hoje”, conta a professora.

Para a coordenadora pedagógica, a Rede Municipal tem uma forma diferente de aplicar e desenvolver as aulas remotas, em relação às escolas particulares. “As aulas não estão sendo elaboradas daquela forma em que estão sendo realizadas quase que 100% online, onde os professores ficam ao mesmo tempo dando suporte para os alunos. No ensino fundamental nós temos crianças que vão de quatro a oito anos, que é o exemplo da escola onde eu trabalho. Essas crianças não têm essa rotina apesar da pesquisa da prefeitura que afirmou que mais de 80% delas tem acesso à internet. Neste momento nós não temos como atingir todas as crianças juntas em uma aula online que seja realizada em um horário específico, com todo mundo sentado na frente dos computadores, porque eles não têm, é a maioria dos pais saem de manhã e deixam as crianças com outras pessoas que às vezes não têm orientação para usar celular ou ter domínio da plataforma. Tem sido muito difícil, pois o ensino à distância não funciona para as crianças da mesma forma que funciona para os adultos”, avalia.

Confira na íntegra a entrevista no Tom Maior desta terça-feira (9)