Eduardo Bolsonaro em monumento pró-desarmamento em frente a prédio da ONU nos Estados Unidos (Foto: Arquivo Pessoal/Instagram)

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL) defendeu nesta semana a criação de “um novo AI-5” ( Ato Institucional nº 5) para conter manifestações, a exemplo das que ocorrem no Chile. O parlamentar deu a declaração em entrevista à jornalista Leda Nagle. A entrevista foi veiculada nesta quinta-feira (31). A informação é do jornal O Estado de São Paulo

“Se a esquerda radicalizar a esse ponto, vamos precisar dar uma resposta. E essa resposta pode ser via um novo AI-5, pode ser via uma legislação aprovada via plebiscito, como ocorreu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada”, declarou. 

O AI-5 foi o quinto de 17 grandes decretos emitidos durante a ditadura militar, sendo o mais rígido dos atos institucionais, emitido pelo presidente Artur da Costa e Silva em 13 de dezembro de 1968. A intervenções consistiam, entre outras ações, na perda de mandatos de contrários aos militares, suspensão de garantias constitucionais como habeas corpus, e eventualmente, na prática de tortura contra opositores. A atual Constituição rejeita tais atos que vão contra o Estado Democrático de Direito. 

Eduardo Bolsonaro sugeriu o novo AI-5 quando foi questionado sobre a participação do Foro de São Paulo nos protestos ocorridos no Chile, e que o dinheiro do BNDES foi utilizado por por países como Cuba e Venezuela para financiar manifestações de esquerda na América Latina. 

“Nós desconamos que esse dinheiro vem muito por conta do BNDES que, no tempo de Dilma e Lula, fazia essas obras superfaturadas em Porto de Mariel, em Cuba, ou contrato do Mais Médicos que rendia mais de R$ 1 bilhão para a ditadura cubana. Por que não a gente achar que esse dinheiro vai voltar pra cá para fazer essas revoluções?”, questionou. 

“Agora eles têm condições de financiar, de bancar isso num nível muito maior aqui na América Latina”, complementou. “A gente, em algum momento, tem que encarar de frente isso daí. Vai chegar um momento em que a situação vai ser igual ao final dos anos 1960 no Brasil, quando sequestravam aeronaves, quando executavam, se sequestravam grandes autoridades como cônsules, embaixadores, execução de policiais, de militares”, afirmou. “É uma guerra assimétrica, não uma guerra onde você está vendo seu inimigo do outro lado e você tem que aniquilá-lo, como acontece nas guerras militares. É um inimigo interno, de difícil identicação aqui dentro do País. Espero que não chegue a esse ponto, mas a gente tem que estar atento”, recomendou. 

O Palácio do Planalto não quis comentar as declarações do parlamentar.

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