Sagres em OFF
Rubens Salomão

“Ele colhe o que planta”, afirma Bolsonaro sobre vaias a Ronaldo Caiado em Rio Verde

O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi questionado por apoiadores vindos de Goiás, na saída do Palácio da Alvorada, em Brasília, sobre as vaias recebidas pelo governador Ronaldo Caiado (UB), em evento oficial do governo federal, e afirmou simplesmente que o goiano “colhe o que ele planta”. Durante a cerimônia de entrega de títulos a protores rurais, Caiado precisou esperar por mais de três minutos antes de conseguir discursar para o público, na cidade de Rio Verde, no Sudoeste do Estado.

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Bolsonaro preferiu ontem ser objetivo na resposta à apoiadora e não esclareceu o que Caiado teria “plantado” para merecer as vaias. Apesar de ter feito referência à histórica posição de Caiado e afirmar no discurso que os dois sempre estarão no mesmo lado, que é o de combate à esquerda, Bolsonaro, em Rio Verde, não fez menção de pedir silêncio aos apoiadores e sorriu enquanto o governador recebia as vaias.

No fim da manhã desta terça-feira (03), uma apoiadora disse tinha se deslocado por 600km em Goiás para chegar a Brasília e questionou ao presidente sobre políticos que costumam ser vaiados em cerimônias oficiais, citando diretamente o ocorrido em Rio Verde. Bolsonaro retruca: “Eu não tenho culpa disso não, tá?!”. O momento foi gravado e divulgado por um canal simpatizante ao governo. “Ele colhe o que ele planta. Político colhe o que ele planta”, reforça o presidente

Memória

Em Rio Verde, a plateia chegou a gritar “Fora!”, quando foi necessário que o mestre de cerimônia interviesse e pedisse para que o público deixasse Caiado discursar.

Anos 80

Quando iniciou seu discurso, Caiado disse que milita há anos “contra as esquerdas” no Brasil. “Nós levantamos esse Brasil, e na Constituinte nós cravamos que o direito à terra, o direito à propriedade está consolidado naquela Carta”, disse ele, sobre o processo de construção do que se tornaria a Constituição de 1988.

Superfaturado

O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) fez representação ao Tribunal de Contas da União pedindo a investigação de compra do governo federal para as Forças Armadas de 11 milhões de comprimidos de citrato de sildenafila, o popular Viagra, com superfaturamento de até 550%.

Valores

“O prejuízo à União pode passar de R$28 milhões. É dinheiro público indo para o ralo da corrupção enquanto o povo brasileiro recolhe alimentos no lixo e come sopa de osso. Essa situação precisa ser investigada”, afirma o deputado.

Produção própria

O parlamentar já havia divulgado os detalhes do contrato firmado entre o Comando da Marinha e o laboratório EMS S/A para fornecimento de mais de 11 milhões de comprimidos de citrato de sildenafila de 20, 25 e 50 miligramas de 2019 a 2022. O acordo prevê ainda a transferência de tecnologia de fabricação do medicamento pelo laboratório da Marinha.

Virou réu

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (3), por três votos a dois, abrir seis ações penais contra o senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) por injúria e difamação. Os processos envolvem ataques e ofensas de Kajuru em redes sociais contra o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) e o ex-deputado Alexandre Baldy.

Imunidade

A decisão dos ministros reforça o entendimento de que parlamentares podem ser responsabilizados por manifestações em redes sociais caso sejam consideradas ofensivas à honra, divulgação de informações falsas, discursos de ódio e até mesmo incitação a crimes.

Conteúdo

A Segunda Turma analisou seis acusações contra Kajuru e decidiu abrir a ação penal e o mérito ainda será julgado. Segundo os recursos julgados nesta terça, Kajuru se referiu em redes sociais ao senador Vanderlan Cardoso como “pateta bilionário”, “inútil”, “idiota incompetente”, “pateta desprezível chumbrega”, e o acusou de usar o mandato para fazer “negócio”. Já o ex-deputado Alexandre Baldy foi chamado de “vigarista”, “lixo não reciclável” e acusado de comandar um esquema de irregularidade em Detrans.

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