Sobre as eleições nos Estados Unidos, o professor de Relações Internacionais, Hugo Tomazeti, explicou à Sagres 730 nesta terça-feira (4) o momento vivido pelos norte-americanos durante a apurações de votos.
O professor analisou a reação dos dois candidatos após as votações. Primeiro abordando a questão do candidato à reeleição, Donald Trump, ele explica que o presidente tenta ganhar no “grito”, apontando possíveis fraudes que até então não podem ser provadas. Já Joe Biden está aparentemente apenas no aguardo da finalização da contagem de votos. Ele ainda fala que há possibilidade de haver um empate matemático dos votos.
De acordo com o professor, era esperado a partir das pesquisas, uma “onda azul” da democracia, uma prevalência de votos para Biden. No entanto, os resultados mostram que Trump não está tão atrás. “É uma decepção. Inclusive vários jornalistas já estão trabalhando com essa ideia de que a campanha de Joe Biden foi uma campanha falida”, afirma Tomazeti.
O cenário, para Hugo, ainda é muito parecido com o da última eleição. “Esse eleitor branco, sulista, em parte racista, em parte negacionista da globalização, patriota, continua sendo esse mesmo eleitor. A luta sempre foi por eleitores do Trump que estavam na indecisão”, afirma Tomazeti.
Impactos para o Brasil
Se tratando das consequências de cada eleição para o Brasil, o professor explica que nenhum dos candidatos terá necessariamente um resultado positivo para nosso país. “Nos dois cenários o Brasil continua perdendo do mesmo jeito. Apesar do presidente Jair Bolsonaro se vender como amigo de Donald Trump, ele não é. Não houve nenhuma mudança significativa na política externa brasileira ou no trato entre relações bilaterais entre Brasil-Estados Unidos.”
Já com a possível eleição de Biden, de acordo com Tomazeti, o que poderia melhorar é que ele é mais pragmático. “Num cenário em que Donald Trump não ganha, o presidente Jair Bolsonaro ficaria isolado gritando no cenário internacional com esse conservadorismo”.