A inovação e a tecnologia estão por todas as partes. Compras online, livros digitalizados, interações com pessoas de outros países e até mesmo com o Metaverso a sociedade já está se habituando. Mas você sabia que a realidade virtual já está presente até no poder Judiciário?

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Essa inovação no Brasil vem de forma descentralizada, com iniciativas em estados como Mato Grosso, Paraíba e Goiás. Em Anápolis, por exemplo, a juíza Aline Vieira Tomás decidiu investir em reuniões e audiências no mundo do Metaverso para facilitar os encontros com aqueles que teriam mais dificuldade de se deslocar para o município.

Metaverso na Justiça goiana

Para a magistrada da 2ª Vara de Família e Sucessões, a ideia foi bem recebida. “A imersão gerou um interesse maior das pessoas. Nas videoconferências tradicionais, muitos desligavam as câmeras, microfones e iam fazer outra atividade. No metaverso, se o avatar está lá, ele está interagindo, mostra que está efetivamente presente”, pontuou.

Além disso, Aline justificou a adesão ao ambiente digital à necessidade de a Justiça de se atualizar e acompanhar as evoluções sociais.

”Sempre fui muito ligada à tecnologia e aos games, então já conhecia o Metaverso. Como na pandemia de Covid-19 as pessoas migraram cada vez mais para o mundo digital, surgiu a ideia de investir nessas novas tecnologias. É papel da Justiça acompanhar a evolução social dia a dia”, argumentou.

Reunião em uma realidade do Metaverso (Foto: Sabrina Bracher/ Envato)

Desafios

Hoje, as audiências realizadas no Metaverso ocorrem por meio de solicitações. Também há uma assistência técnica para quem não possui familiaridade com os equipamentos no próprio Centro Judiciário.

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No entanto, a juíza relatou que ainda existem muitas dificuldades no acesso por parte da maioria das pessoas e que a criação de avatares têm sido um empecilho para a inserção de mais pessoas no Metaverso.

“As pessoas ainda estão conhecendo a tecnologia e não há uma regulamentação formal. Além disso, ainda não conseguimos ver feições, os movimentos e gestos feitos. E o juiz também leva isso em consideração na hora de tomar suas decisões”, explicou.

“É mais uma opção para que mais usuários possam buscar a Justiça independente de onde estejam. O Metaverso hoje representa mais uma alternativa. Temos o atendimento presencial, que não deixa de ser feito. Mas acredito que em breve se torne uma realidade cada vez mais palpável”, concluiu Aline.

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