A derrota para o Avaí doeu. A dor, entretanto, não foi sentida apenas pelo torcedor, que escolheu o goleiro Saulo como culpado pelo revés e vaiou-o ao som do apito final. A tristeza veio também para os jogadores e para a comissão técnica.

Após o treinador Guilherme Alves ter dito que não conseguiria dormir por conta do mau resultado, o meia Fabinho também se mostrou abalado não apenas com a derrota, mas também com as críticas ao arqueiro. Assim como o comandante, o capitão do Tigre veio a público defender o companheiro.

“Não quero ficar questionando o torcedor. Eles têm o direito deles de xingar o jogador, de cobrar, mas, na minha opinião, é um cara que não merece. Sabemos que no futebol essas coisas acontecem. O que eu falei para ele é que estamos juntos. A gente sabe o que passa durante esse campeonato todo, a cobrança, tudo. Ninguém está vendo o que estamos fazendo dentro de campo, o reconhecimento. Cabe a nós jogadores nos fecharmos, nos brindar, honrar a camisa da Vila para ainda, se houver a mínima chance de subir, lutar até o final”, afirmou.

Fabinho é um dos líderes vilanovenses e já ostentou a faixa de capitão em várias partidas, inclusive diante do Avaí. Experiente no futebol, o meia se diz orgulhoso de fazer parte do atual elenco colorado e reitera que todos estarão unidos até o fim.

“Já passei por muitos grupos. Havia muitos caras que não estavam nem aí para a situação do clube. Largavam e deixavam o barco afundar. Vou enaltecer esse grupo até o fim do campeonato. É um grupo de homem. Por tudo o que aconteceu durante esse campeonato todo, por esse tumulto que está sendo criado, pelas coisas que vêm fora de campo. Eu, como um dos líderes, capitão do time, vou defender cada atleta, pois não merecemos ouvir certas coisas”, desabafou.

Incertezas

Nas últimas semanas, o cenário político no Vila Nova está totalmente indefinido. Com a renúncia de Gutemberg Veronez, Ecival Martins foi nomeado presidente interino. Contudo, as eleições para definir a nova chefia do executivo colorado ainda vão demorar e, para Fabinho, as incertezas sobre o futuro são um grande problema.

“Nós jogadores não sabemos o que vai acontecer no final do campeonato. Muitas coisas são colocadas e a gente só fica sabendo através da imprensa. Ninguém procura, ninguém conversa a respeito de muitas coisas. Se vamos continuar recebendo nossos salários, se não vamos recebê-lo até o final do campeonato. A gente fica ouvindo muitas coisas. Ficamos tristes de ouvir nosso torcedor criticar um companheiro nosso como aconteceu hoje. É um cara que não merece. Ninguém aqui está de sacanagem, ninguém queria perder. Esse grupo nunca deixou de lutar”, ressalta.