Francisco Prehn Zavascki, filho do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, publicou nesta quarta-feira (17) um post em uma de suas redes sociais, no qual acusa o PMDB de tentar barrar a qualquer custo o andamento da Operação Lava Jato.

No post, que permaneceu por pouco tempo na linha do tempo do perfil até ser apagado, Francisco questiona sobre o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, seguido da posse de Michel Temer, e fez menção ao fato de o peemedebista ter sido citado em delação premiada dos donos do frigorífico JBS.

“Derrubaram a Dilma e assumiu o Temer. Do que eles são capazes? Será que só pagar pelo silêncio alheio? Ou será que derrubar avião também está valendo?”, postou. 

Teori Zavascki morreu no último dia 19 de janeiro, aos 68 anos, em um acidente aéreo em Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro. O ministro era o relator da Lava Jato no Supremo, função que foi assumida pelo atual Luiz Edson Fachin. Outras quatro pessoas que estavam a bordo do avião modelo King Air C90, incluindo o piloto, também não sobreviveram.

Leia, a seguir, o post na íntegra:

“O PMDB está no poder desde sempre e, como todos sabemos, estava com o PT aproveitando tudo de bom que o Governo pode dar… até que veio a Lava jato.  A ordem sempre foi a de parar a Operação (isto está gravado nas palavras dos seus líderes). Todavia, ao que parece, até para isso o PT era incompetente e, ao que tenho notícia, de fato, o PT nunca tentou nada para barrar a Lava Jato (ao menos o pai sempre me disse que nunca tinham tentando nada), o que sempre gerou fortes críticas de membros do PMDB. 

O problema é que as investigações começaram a ficar mais e mais perto e os líderes do PMDB viram como única saída, realmente, brecar a Operação a qualquer custo. Para isso, precisava do poder. Derrubaram a Dilma e assumiu o Temer. Do que eles são capazes? Será que só pagar pelo silêncio alheio? Ou será que derrubar avião também está valendo? 

O pai sabia de tudo isso. Sabia quanto cada um estava afundando nesse mar de corrupção. Não é por acaso que o pai estava tão afilho [sic] com o ano de 2017.  Aflito ao ponto de me confidenciar que havia consultado informalmente as Forças Armadas e que tinha obtido a resposta de que iriam sustentar o Supremo até o fim! Que gente sínica [sic]. Não tem coisa que me embrulha mais o estômago do que lembrar que, no dia do velório do meu pai, diante de tanta dor, ainda tive que cumprimentar os membros daquele que foi apelidado naquele mesmo dia de o “cortejo dos delatados”. 

Impeachment já!

Desculpem o desabafo, mas não tenho como não pensar que não mandaram matar o meu pai!”

teorif