As obras do trecho do BRT Norte Sul entre os terminais Recanto do Bosque e Isidória têm conclusão prevista para o aniversário de Goiânia, ou seja, no dia 24 de outubro. A construção do corredor foi iniciada em junho de 2015, ou seja há seis anos. De lá pra cá, reajustes ocorreram e já chegam à casa de aproximadamente R$ 54 milhões.

A atualização dos valores é baseada em indicadores oficiais. O secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Fausto Sarmento, explicou a reportagem da Sagres que é normal em uma obra que demore, a ocorrência de um reajuste, pois está atrelado ao aumento de custo.

Segundo o secretário uma forma de se reduzir o custo é dando maior velocidade a construção, procurando agilizar a entrega.

“São variações de índice, publicados pelo governo. Há ainda o saldo contratual, não corrigimos o passado, mas o futuro. Depois de um ano os valores serão corrigidos com aquele índice. A única forma de fazer uma obra ter um custo mais controlado é a velocidade, já estamos cuidando para terminar o mais rápido possível as obras iniciadas nas gestões passadas”, relatou.

Atualização de valores

A obra foi orçada inicialmente no valor de R$ 240 milhões. Em março de 2015 ocorreu lançamento no Paço Municipal, com a presença da então presidente da República Dilma Rousseff (PT), ainda na gestão do ex-prefeito Paulo Garcia que era do mesmo partido.

Antes do início das intervenções o custo caiu para R$ 206 milhões e na sequência R$ 217,9 milhões, sendo este o valor base referencial. No último dia 1º, foi publicado no Diário Oficial do Município de Goiânia o 6º apostilamentos do contrato.

Com os reajustes entre abril de 2019 e maio de 2020, o valor previsto a medir no contrato passou a ser de R$ 272,22 milhões, sendo R$ 139,15 milhões a preços iniciais de saldo do contrato, R$ 1,83 milhão a preços do reajustamento inicial maio/2015 a abril/2016.

Entre maio de 2016 e abril de 2017 o reajuste sofrido foi de R$ 3,97 milhões. Já no período de maio de 2017 a abril de 2018, o custo subiu R$ 1,62 milhão. Entre maio de 2017 e abril de 2018, R$ 4,20 milhões foi o valor do reajuste.

O maior valor foi no período de maio/2019 a abril/2020. O reajuste chegou à casa de R$ 42,63 milhões, já com reflexos da pandemia da Covid-19.

“Estamos pagando caro pelos valores dos itens durante a pandemia, é um problema que temos enfrentado em todos os contratos, em função da pandemia, provocando aumento nos preços de cimento, asfalto, aço e subiram mais do que variação do custo de vida”, relatou o secretário.

O contrato ainda passou por 13 aditivos de prazo. O último tem validade até o dia 31 de dezembro deste ano.

Novo corte do BRT na Avenida Goiás ao lado da antiga Estação Ferroviária. Foto: Samuel Straioto.

Histórico da Obra

O consórcio formado pelas empresas Isolux Corsán, EPC e WVG foi o vencedor da licitação da obra iniciada em junho de 2015. Previsto inicialmente para ser finalizado em março de 2017, o corredor exclusivo de ônibus teve a construção paralisada duas vezes.

A primeira paralisação ocorreu em 2016, a construção já havia sido interrompida por seis meses por causa de uma dívida de R$ 11 milhões e foram retomadas após a negociação dos pagamentos ao Consórcio BRT. A segunda já ocorreu em junho de 2017, por causa de pedido de vistas da planilha de custos por suspeita de sobrepreço em alguns itens.

O projeto pretende atender 148 bairros de Goiânia e Aparecida de Goiânia com 93 ônibus – sendo 28 veículos articulados e 65 convencionais – em quatro linhas.  Desde a retomada das obras, em 2017, novos prazos foram repassados para a conclusão do corredor de ônibus, sendo 2019, 2020 e agora em outubro de 2021. A expectativa é de que cerca de 120 mil pessoas usem o transporte diariamente, sendo 15 mil no horário de pico. Com o sistema, os coletivos passariam da média de 14 km/h para 28 km/h.