O conceito de emprego verde emergiu pela primeira vez em uma análise da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 2009 e está ressurgindo em relevância à medida que as discussões sobre critérios ESG se intensificam no âmbito corporativo. Estes empregos estão diretamente ligados à mitigação das emissões de carbono, promovendo impactos significativos nas cadeias produtivas, na economia e no meio ambiente.

A expansão do mercado de trabalho tem ampliado essa categoria de emprego para diversos setores, desde energia renovável até agricultura sustentável, incluindo a gestão florestal. Nesse contexto, o Brasil se destaca, respondendo por 10% de todos os empregos verdes no mundo, ocupando a segunda posição entre os principais empregadores nos segmentos de biocombustíveis, energia solar, hidrelétrica e eólica, ficando atrás apenas da China.

Empresas de vários segmentos estão adotando o emprego verde como uma estratégia para promover a sustentabilidade e reduzir sua pegada de carbono. Segundo previsões da OIT, até 2030, espera-se a criação de 24 milhões de novos empregos para atender às demandas relacionadas ao meio ambiente, sendo 7,5 milhões deles no Brasil.

De acordo com um estudo da Agência Internacional de Energias Renováveis, o setor brasileiro que mais gera empregos sustentáveis é o de biocombustíveis, com destaque para as usinas de etanol em expansão.

Relatório

Analisando o mercado de trabalho, o LinkedIn, uma plataforma de networking profissional, produziu o relatório Global Green Skills Report. Entre fevereiro de 2022 e fevereiro de 2023, observou-se um crescimento médio de 15,2% nas vagas de emprego que demandavam pelo menos uma habilidade relacionada à sustentabilidade.

“Em todo o mundo, apenas 1 em cada 8 trabalhadores tem uma ou mais habilidades verdes — estamos longe da penetração de habilidades verdes que precisamos”, diz um trecho do documento.

No Brasil, 20% das startups já contavam com profissionais com habilidades verdes em 2021, um número acima da média global de 18%. Além dos setores ambientais e de fontes renováveis, áreas como agropecuária (82%), petróleo e gás (74%) e biotecnologia (59%) também apresentaram alta participação de colaboradores com competências sustentáveis.

Cursos

Palavras-chave relacionadas a competências verdes estão em ascensão, como alterações climáticas, meteorologista especializado em agricultura, conselheiro de políticas verdes, biólogo marinho e especialista em agricultura sustentável.

É importante destacar que não é necessário possuir uma graduação específica para ingressar na área de agricultura sustentável. Existem cursos de curta duração no Brasil que focam em ESG e sustentabilidade, agregando valor ao currículo.

“Nas grandes indústrias do agro, como os bancos, por exemplo, com diretores e gerentes de sustentabilidade, notamos que a formação deles é mais focada na gestão. A parte ambiental foi construída na prática”, afirma o professor do curso Agricultura Sustentável na Prática, Artur Falcette.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 08 – Trabalho Decente e Crescimento Econômico

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