O fornecimento de alimentos em oito hospitais goianos foi suspenso na manhã desta quarta-feira (23). Os trabalhadores do Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO), Hospital Geral de Goiânia (HGG), Hospital de Doenças Tropicais (HDT), Hospital Materno Infantil (HMI), Hospital de Urgência de Aparecida de Goiânia (HUAPA), Creche Cantinho Feliz, Hospital de Dermatologia Sanitária e Reabilitação Santa Maria e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes não receberam a refeição.

A empresa responsável pelo fornecimento de refeições, que é terceirizado, Sanoli Indústria e Comércio de Alimentação, encaminhou, na última semana, à Secretaria de Saúde, um documento declarando que, caso a situação financeira não fosse normalizada, haveria a suspensão dos serviços. A cópia do mesmo documento foi enviada aos hospitais na segunda-feira (21) para que a diretoria ficasse de sobreaviso sobre uma possível paralisação do fornecimento. Nada foi feito e os hospitais não receberam alimentos para os funcionários.

Inadimplência

A Sanoli Indústria e Comércio de Alimentação divulgou nota em que afirma que a medida de suspender o fornecimento foi tomada “após várias tentativas de acordo verbal e escrito junto ao secretário de saúde, Antônio Faleiros”. Ainda segundo a nota, a Sanoli, que não recebe pagamento há dez meses, também notificou o governador do estado, Marconi Perillo, sobre a situação, mas não obteve nenhum retorno.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES), argumentou que está impedida de realizar o pagamento por conta de decisão do Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE). A empresa assumiu o fornecimento após a suspensão da JLA Alimentação, por meio de um contrato emergencial de seis meses, sem licitação.

Sem validade jurídica

De acordo com o juiz da 3ª vara da Fazenda Pública Estadual, Ari Ferreira de Queiroz, a notificação enviada pela empresa a Secretaria de Saúde e hospitais não tem validade jurídica e visa apenas “interpelar” o secretário acerca da falta de pagamento.

“Não existe nenhuma decisão judicial. Se a empresa parou de fornecer os alimentos foi por conta e risco. Ela procura a justiça apenas pra ter um respaldo”, disse, à repórter Nathália Lima.