(Foto: Arquivo / Sagres Online)

O Fórum Empresarial (que reúne todas as entidades empresariais do Estado) apresentou ao governo de Goiás na sexta-feira (27) uma proposta de “retorno responsável” das atividades econômicas no Estado a partir do dia 4 de abril, quando vencem os decretos do governador Ronaldo Caiado (DEM) de isolamento social

Em entrevista à Sagres 730 nesta segunda-feira (30), o diretor-executivo da Adial, membro do Fórum Empresarial, Edwal Portilho, informou que as entidades entregaram uma proposta atualizada ao governo neste domingo e agora aguarda a decisão do governador. Pressionado para encerrar o isolamento, Caiado defendeu compartilhamento das responsabilidades em publicações nas redes sociais neste fim de semana.

Ele disse que a retomada deve ocorrer “de forma gradual, respeitando orientações científicas e técnicas, acima de tudo. Da mesma forma que a decisão será dividida (vocês sabem da minha posição), também compartilharemos responsabilidades diante do que ficar definido em Goiás, sobre o fim ou não da quarentena, dia 4”, disse. Em seguida Caiado completou: “É necessário que todos usem de bom senso, façam sua parte e cumpram o que for definido depois do dia 4. Estamos diante de um inimigo invisível que não aceita erros, que pode ceifar muitas vidas goianas. É isso não podemos admitir.”

A Federação da Indústria do Estado de Goiás (Fieg) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) criaram um aplicativo que estabelece protocolos sanitários internos para cada uma das empresas regulares no Estado. Segundo Edwal Portilho, conhecido como Chequinho, a plataforma digital vai identificar a empresa pelo CNPJ e indicará todos os procedimentos sanitários para que aquela empresa tenha de cumprir antes de abrir as portas.

Chequinho explicou que o sistema está na fase final de desenvolvimento e que agora passa pelo crivo do Estado na parte técnica sanitária. Quem vai estabelecer o prazo e qual segmento poderá ou não abrir é o governo por meio de um decreto regulatório. “A gente torce para o governo aceitar essa modalidade que isso nos dá uma segurança maior de que todos foram informados, todos tem ciência do que deve fazer para aquele tipo de estabelecimento”.

Há regras também para profissionais dos grupos de risco. “Esses devem ficar em casa sem serem demitidos”, disse. “As empresas estão em situação delicada, mas não podem agir com o fígado: nem orientados pela agonia por conta das notícias sobre a covid-19, em pela preocupação com o fluxo financeiro da empresa”, afirmou. Ele defende o retorno gradual.

De acordo com o diretor-executivo da Adial, o sistema articula conjuntamente com o governo do Estado, tentando criar um forma de retomar gradualmente as atividades econômicas. “Via decreto me parece ser impossível ficar segurando 100% desse isolamento sanitário, segundo informações que a gente tem do próprio governo. Do outro lado a gente sabe da precariedade de equipamentos para salvar vidas”.

Carreatas com pedidos de suspensão das medidas de isolamento social se repetiram em algumas cidades do país durante a última semana. O presidente Jair Bolsonaro pediu para que a população “voltasse à normalidade” contrariando as orientações da Organização Mundial da Saúde. Para Chequinho, o governo deveria estabelecer suas ações baseadas nas suas informações técnicas dos órgãos de Saúde e avaliou como “confuso” a relação Estados e o governo Federal. “Em vez de ter esse tipo de atrito, todo mundo estar focado buscando quais os protocolos e as ações que o governo Federal junto com os Estados deveriam implementar”, disse.

Neste domingo (29), o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) suspendeu manifestações, eventos e aglomerações de qualquer natureza até o dia 30 de abril. A decisão foi do juiz plantonista Adegmar José Ferreira, e atende a pedido do Ministério Público de Goiás (MP-GO). A decisão cancela inclusive as carreatas organizadas para esta segunda-feira em Goiânia pelos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. 

Neste domingo, o Ministério da Saúde confirmou 4.256 casos de coronavírus. De acordo com as informações das Secretarias Estaduais de Saúde de todo o país até as 16 horas, o número de óbitos aumentou de 114 para 136 em 24 horas. Em Goiás, o número passou de 56 para 58 pacientes infectados, com uma morte, uma mulher de 65 anos de Luziânia. Só nas últimas 24 horas, foram registrados 353 novos casos em todo país, um aumento de 9% em relação ao dia anterior. 

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