Foto: Arquivo / Sagres Online

A Enel Goiás anunciou que o serviço de fornecimento de energia elétrica passa por transformações no Estado, para melhor a prestação de serviço aos consumidores. O assunto foi abordado pelo diretor presidente da multinacional, o venezuelano José Luis Salas, com o repórter do Sistema Sagres de Comunicação, Rubens Salomão.

Salas destacou que o Plano Emergencial de Resgate da Qualidade de Serviço, proposto pela empresa, ao governo de Goiás e a Aneel, em fevereiro deste ano está sendo cumprido e que alguns resultados já podem ser notados. De acordo com o presidente, há um esforço da empresa para não deixar nenhuma das etapas do que foi proposto sem o cumprimento, dentro do prazo estabelecido para cada uma delas: “Já conseguimos melhorar muito a Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) e a Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC). Não temos dúvida que até agosto deste ano vamos estar dentro do que foi estabelecido, em 2019, pelo Sistema Regulador”, destacou Salas.

A DEC diz respeito ao tempo em que o consumidor fica com o fornecimento de energia durante as quedas no sistema e a FEC tem relação com a frequência com que a energia elétrica cai em determinada região. A referência para que o serviço esteja dentro do que estabelece o Sistema Regulador, até agosto deste ano é em função de que naquele mês a Aneel fará uma avaliação do desempenho das metas estabelecidas pela Enel, no Plano Emergencial de Resgate da Qualidade de Serviço, que nasceu em função das reclamações do setor produtivo e do governo de Goiás, que chegou a propor a suspensão do contrato de venda da CELG D, para a multinacional.

José Luis Salas explicou que a execução do Plano será gradativa, pois a reparação na rede precisa ser sequenciada, uma vez que há serviço que só pode ser realizado, após a recuperação de algum sistema que antecede a função exercida por outro. Ele e argumentou que a Enel está resolvendo problemas gerados por falta de investimentos adequados, acumulados em 12 anos. “O sistema teve subinvestimentos por pelo menos 12 anos. Os investimentos na recuperação vão mostrando resultados de forma continuada, mas não é possível resolver tudo de uma só vez. Quando adquirimos a CELG D, em fevereiro de 2017, tínhamos 156 conjuntos e 93% deles não atendiam as necessidades do universo de consumidores. Hoje, com apenas três anos da nossa gestão, já baixamos este índice para 63% e até agosto estaremos com índice na casa dos 53%”, considerou o diretor presidente.

José Luis Salas deixou claro que a Enel considera o mercado brasileiro como promissor e que a empresa continua interessada em investir no sistema de energia elétrica do País, tendo reservados R$ 24 bi para este fim. A prioridade da Enel para o Brasil é a aquisição de distribuidoras e geradoras, mas qualquer edital do governo oferecendo oportunidades de investimentos será avaliado. “Nossa prioridade de aquisição, são geradoras e distribuidoras, mas isto não nos impede de investir em venda de energia e outros serviços similares. Na verdade, não é somente a Enel que está de olho no mercado brasileiro. Outras multinacionais que atuam no setor também estão com os olhos abertos para os editais, pois, como disse, o mercado brasileiro é considerado promissor”, finalizou Salas.

Agência Goiana de Regulação

Sobre o Plano Emergencial de Resgate da Qualidade de Serviço, a Agência Goiana de Regulação (AGR) está de olho nas metas estabelecidas, por parte da Enel. Rodrigo Limp, diretor da AGR, responsável pelo acompanhamento dos resultados do Plano informou, na reunião do dia 19 de fevereiro, quando foi selado o compromisso, que não vai haver tolerância por parte do governo de Goiás, com o descumprimento do que está estabelecido.

O Plano prevê melhorias e ampliação na rede transmissora, recuperação das subestações e reparo no que está danificado na estrutura física dos sistema, atendimento em prazo aceitável dos pedidos de instalação do serviço para novos consumidores, menor número de registro de falta de energia no Estado e menor tempo de interrupção quando houver a queda de energia. Limp afirmou que a AGR vai acompanhar tudo com muito rigor: “Nós, como instituição reguladora, vamos monitorar as ações, para que os consumidores de Goiás tenham a prestação adequada e com qualidade ideal do serviço de energia elétrica”, avisou do diretor da AGR.

Em novembro de 2019, a AGR contabilizava 133.110 reclamações contra a Enel, 14.48% do número total de reclamações contra as distribuidoras de energia elétrica do Brasil. As principais queixas eram contra a falta de energia (29.41%), dificuldade para reaver valores pagos por antecipação de obras (18.76%), variação de consumo de um mês para o outro e erro de leitura (11.87%), atraso nas ligações (5.47%) e baixa qualidade na energia elétrica fornecida (4.42%).

Apenas a Enel Goiás e a Enel São Paulo fecharam o ano de 2019, superando a casa dos 100 mil registros de reclamações de consumidores. 133.110 consumidores fizeram algum tipo de reclamação contra a multinacional no nosso Estado. Na avaliação do cumprimento do estabelecido no Plano Emergencial de Resgate da Qualidade, em agosto deste ano será feita pela AGR e pela Aneel e caso haja algum descumprimento das metas, a Resolução Normativa nº 63, para o Setor Elétrico, estabelece que a Enel pode até perder a concessão do serviço.