O voto distrital é um movimento que se disseminou nas redes sociais e a cada dia ganha mais forma e atenção especial por parte dos governantes e de seu eleitorado. A proposta do voto distrital é um sistema eleitoral em que cada membro do parlamento é eleito individualmente nos limites geográficos de um distrito. O modelo de votação é válido para o Poder Legislativo.

Em entrevista a RÁDIO 730, o Presidente do Conselho de Direito Eleitoral da OAB, o advogado Danilo Santos de Freitas explicou como funciona o sistema de voto distrital. Ele destacou que existem duas formas: O voto distrital puro e o voto distrital misto.

“O voto distrital pretende fortalecer os partidos e permitir ao eleitor que ele se identifique mais com o seu candidato”, afirma.

O voto distrital puro, o mais defendido, prevê que cada estado seja dividido em regiões, conforme o numero de vagas equivalentes na Câmara dos Deputados. A proposta incide também ao fim das coligações proporcionais.

“Hoje, o estado de Goiás possui 17 vagas para deputado federal na Câmara dos Deputados. Teríamos então 17 distritos. Cada partido poderia lançar apenas um candidato para cada distrito e como temos 27 partidos registrados no TSE, teríamos até 27 candidatos por distrito”, explica.

A proposta também é equivalente ao número de eleitores, conforme esclarece o advogado. “O que se pretende é haver um equilibro entre os distritos. No caso de Goiânia [maior colégio eleitoral do Estado] mais distritos estariam vinculados a ele. Por exemplo, a capital poderia ter cinco distritos e o restante do Estado, 12 distritos”.

Divisão

Com este modelo de votação, Goiânia seria dividida em microrregiões, onde os bairros A, B e C comporiam um distrito X; os bairros D, E, e F, um distrito Y e assim por diante.

“Aqueles candidatos que se lançarem em Goiânia, vão estar vinculados ao seu distrito. A escolha fica mais fácil. O eleitor pode identificar e fiscalizar o seu eleito”, justifica.

No caso do voto distrital misto, mais complexo que o puro, o advogado explica: “dos 17 distritos existentes, metade dos eleitos seriam aqueles que obtiveram maior voto. A outra metade seria eleita da forma como é feita hoje”.

Para ele, casos como o de Enéas Carneiro (PRONA) e Tiririca (PR) poderia acabar.

“Existe uma pesquisa em que, passados 30 dias da eleição, 22% dos eleitores não fazem ideia do candidato em que votou. O voto distrital acabaria com os efeitos Eneás e Tiririca, ou seja, a proposta de lançar um nome expoente para puxar votos fantasmas”.